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‘A enfermidade da saúde pública no Brasil’

O médico sanitarista Lucio Barcelos, colaborador habitual do site de Cemap-Interludium, está lançando seu livro A enfermidade da saúde pública no Brasil, pela Editora AGE. Trata-se de uma coletânea de artigos focada na abertura do debate sobre o sistema de saúde público, debate que o autor considera “imprescindível diante do desmantelamento sofrido por esse sistema nos últimos anos e sua substituição pelo setor privado de saúde, com inegável prejuízo à grande maioria da população.”

Fúlvio Abramo – A trajetória de um militante antifascista

1934, 7 de outubro. A insuportável tensão na praça transparecia cristalina na ansiedade das milhares de pessoas ali concentradas. Todos sabiam que aquele domingo paradoxalmente acolhedor presenciaria uma tragédia, antes mesmo do ameno sol da tarde desaparecer no horizonte. Os minutos passavam muito lentos naquela praça.

Um jovem trabalhador de feições enérgicas destacou-se da multidão e iniciou um discurso. Num tom grave, apontou uma outra concentração, situada dezenas de metros adiante e afirmou: “Companheiras, companheiros trabalhadores, camaradas! Estamos aqui para impedir que eles tomem esta praça. Porque se hoje os fascistas tomarem esta praça, amanhã tomarão o Estado…”

Foi então que a fuzilaria começou. Os integralistas, que compunham o grupo mais adiante, começaram a atirar sobre a concentração democrática e antifascista. Pessoas tombaram mortas ou feridas. Houve correria, gritos e sangue por todo o lado. A tragédia havia começado.

A educação pública e o direito ao ensino de qualidade

Quando se fala de escola pública e do desempenho dos alunos que nela estudam, se fala da baixa qualidade, dos adolescentes e jovens desinteressados, das famílias que não se responsabilizam pela educação dos filhos, dos professores despreparados, entre outras coisas como, por exemplo, o Maluf dizer que professora reclama do salário por ser mal casada ou o Serra falar que o problema do desempenho dos alunos de São Paulo é responsabilidade dos filhos dos imigrantes, ou seja dos nordestinos que foram para a cidade grande.

Um dos problemas da escola pública é decorrência direta do autoritarismo e do desprezo da elite em relação aos pobres e excluídos. Anísio Teixeira, mais de 50 anos atrás, já dizia que quando as escolas públicas foram abertas para os pobres, negros e excluídos, reduziram a carga horária, suprimiram disciplinas e amontoaram os alunos em três ou até quatro turnos. Ou seja, bastava ensinar a ler e escrever para que pudessem ser explorados como mão de obra.

Sobre avestruzes, abutres e outros bichos

As recentes decisões tomadas pelo STF e as condições de aprisionamento dos 11 primeiros condenados do “mensalão” repercutem de forma intensa na sociedade e permitem observar com riqueza de detalhes os resultados de um processo que, para além dos aspectos jurídicos e legais envolvidos, revela de forma magistral as tensões, desesperanças e rancores presentes no país nestes 30 anos de “democracia”.

As redes sociais estão entupidas por manifestações de ódio e rancor contra “os mensaleiros”, “os corruptos”, os “petralhas”, ao lado dos inevitáveis “apoios”, “solidariedade” e glorificação da “bravura”, da “independência” e da habilidade de Joaquim Barbosa.

Diante dessa quase unanimidade nacional, resta-nos parabenizar aqueles que a construíram, o PT e seu governo e a grande imprensa conservadora, sempre atuante na defesa dos interesses econômicos hegemônicos no país.

A quem beneficia o bilhete mensal de Haddad?

O recente anúncio do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, em conjunto com o governador Geraldo Alckmin, do valor do bilhete mensal integrado de R$ 230,00, é uma afronta ao que foi expresso pelas manifestações de junho, que se colocaram claramente contra o sistema de transporte público vigente.

De forma absurda, o prefeito, demonstrando sua profunda incompetência e autoritarismo, na medida em que ignora reivindicações e não discute as medidas com a sociedade, faz parecer estar beneficiando o passageiro, mas está na verdade beneficiando os donos das empresas de ônibus, só para não perder o costume.

A origem do problema, e da armadilha lesiva aos cofres públicos, está na incompatibilidade entre o bilhete mensal e o pagamento às empresas por passageiro.

Revisão da Lei da Anistia

Já manifestei, há pouco tempo, minha opinião a respeito da atual Lei da Anistia vigente em nosso país e, considerando que nada foi feito de objetivo para revisar ou “reinterpretar” essa malfadada lei, retorno ao tema, por considerá-lo de suma importância.

Ainda não entendi qual o papel das Comissões da Verdade (nacional e estaduais), e das comissões autônomas, que até o momento não tomaram nenhuma atitude concreta com o objetivo de propor um projeto de lei de iniciativa popular para dar um impulso concreto à revisão da Lei da Anistia (ou de pressionar o Poder Legislativo para que o faça).

Salvador – mobilização contra a licitação para o transporte público

O Movimento Passe Livre de Salvador lançou a campanha “NÃO É ESSA A LICITAÇÃO QUE QUEREMOS!”, contra o processo de licitação para a operação do transporte público da prefeitura. O movimento reivindica o cancelamento da licitação, pois avalia que seu objetivo “não é resolver os problemas do serviço de transporte público da capital, mas perpetuar o péssimo modelo oferecido e aumentar cada vez mais o lucro dos empresários”. Em assembleia extraordinária hoje à tarde, o MPL de Salvador decidiu várias medidas práticas e divulgou nota em que explica sua posição, que publicamos a seguir: