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Ícone do logo do cemap-interludiumEm 1968, duas greves de metalúrgicos puseram pela primeira vez em xeque a mordaça imposta pela ditadura militar. Mesmo reprimidas, as greves de Contagem e Osasco foram um marco na história do movimento operário brasileiro, ao introduzir um modelo de organização dos sindicatos pela base e defender a autonomia sindical frente ao Estado. A decretação do AI-5 provocou um longo intervalo de submissão dos sindicatos, mas não apagou suas lições; dez anos depois, elas foram a base da oposição sindical que emergiu em todo o país.

Essas greves não ocorreram no vazio. Desde 1967 a resistência à ditadura vinha num crescendo. Marchas e manifestações de estudantes e reações de parlamentares foram a cara pública desse movimento, mas não se deve esquecer o intenso trabalho dos grupos e partidos de esquerda, todos postos na ilegalidade. Seus militantes participaram de todas as batalhas desse período; seus jornais e boletins clandestinos retrataram a agitação que tomava o Brasil.

Nesta exposição, apresentamos uma pequena amostra de como as duas greves e suas consequências foram documentadas nos jornais e boletins clandestinos de sindicatos, movimentos estudantis e partidos. O projeto e a pesquisa são de Marilia Bouchara. As edições usadas fazem parte da hemeroteca do Centro de Documentação do Movimento Operário Mário Pedrosa (Cemap), que reúne mais de 3 mil títulos, principalmente de jornais clandestinos. Todo esse material está disponível para consulta no Centro de Documentação e Memória (Cedem) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que abriga o acervo do Cemap.