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Ícone do logo do cemap-interludiumEm 1968, duas greves de metalúrgicos puseram pela primeira vez em xeque a mordaça imposta pela ditadura militar. Mesmo reprimidas, as greves de Contagem e Osasco foram um marco na história do movimento operário brasileiro, ao introduzir um modelo de organização dos sindicatos pela base e defender a autonomia sindical frente ao Estado. A decretação do AI-5 provocou um longo intervalo de submissão dos sindicatos, mas não apagou suas lições; dez anos depois, elas foram a base da oposição sindical que emergiu em todo o país.

Essas greves não ocorreram no vazio. Desde 1967 a resistência à ditadura vinha num crescendo. Marchas e manifestações de estudantes e reações de parlamentares foram a cara pública desse movimento, mas não se deve esquecer o intenso trabalho dos grupos e partidos de esquerda, todos postos na ilegalidade. Seus militantes participaram de todas as batalhas desse período; seus jornais e boletins clandestinos retrataram a agitação que tomava o Brasil.

Nesta exposição, apresentamos uma pequena amostra de como as duas greves e suas consequências foram documentadas nos jornais e boletins clandestinos de sindicatos, movimentos estudantis e partidos. O projeto e a pesquisa são de Marilia Bouchara. As edições usadas fazem parte da hemeroteca do Centro de Documentação do Movimento Operário Mário Pedrosa (Cemap), que reúne mais de 3 mil títulos, principalmente de jornais clandestinos. Todo esse material está disponível para consulta no Centro de Documentação e Memória (Cedem) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que abriga o acervo do Cemap.

UNE 1968
Belgo-Mineira abre
Greve de Contagem-04-1968- Belgo-Mineira
As greves de Contagem e Osasco
Classe Operária
Boletim-Classe-Operária-maio-1968

1967-1968

1967-1968

1967-1968

A piora de salários e condições de trabalho e as leis restritivas levam à retomada das mobilizações.

A piora dos salários e das condições de trabalho e as leis restritivas e autoritárias dos militares provocam a retomada das mobilizações populares.

A piora dos salários e das condições de trabalho e as leis restritivas e autoritárias dos militares provocam a retomada das mobilizações populares.

“Vive o país nova fase da luta popular. (...) Desde o golpe de 1º de abril de 1964 não tinha surgido movimento de tamanha envergadura." (Boletim da Classe Operária, maio de 1968)

“Vive o país nova fase da luta popular. Os acontecimentos que eclodiram em quase todos os Estados após o assassinato do estudante Edson Luís (...). Desde o golpe de 1º de abril de 1964 não tinha surgido movimento de tamanha envergadura." (Boletim da Classe Operária, maio de 1968)

“Vive o país nova fase da luta popular. Os acontecimentos que eclodiram em quase todos os Estados após o assassinato do estudante Edson Luís assinalam a elevação do nível das ações de massas contra a ditadura militar. Desde o golpe de 1º de abril de 1964 não tinha surgido movimento de tamanha envergadura." (Boletim da Classe Operária nº 22, maio de 1968)

Contagem 1
Assembleia greve de Contagem

16 de abril

16 de abril

16 de abril

Os cerca de 1.200 metalúrgicos da siderúrgica Belgo-Mineira, em Contagem, entram em greve, por um reajuste de 25%. A contraproposta dos patrões, de 10%, é rejeitada em assembleia.

Os cerca de 1.200 metalúrgicos da siderúrgica Belgo-Mineira, em Contagem, entram em greve, por um reajuste de 25%. A contraproposta dos patrões, de 10%, é rejeitada em assembleia.

Os cerca de 1.200 metalúrgicos da siderúrgica Belgo-Mineira, em Contagem, entram em greve, por um reajuste de 25%. A contraproposta dos patrões, de 10%, é rejeitada em assembleia.

“O espírito de luta das massas vem crescendo. A greve dos metalúrgicos de Minas (…) é um exemplo. 18 mil trabalhadores paralisaram suas atividades e exigiram aumento de salários. Tomaram em suas mãos a direção do sindicato e criaram organizações de base nas empresas.” (Boletim da Classe Operária)

“O espírito de luta das massas vem crescendo. A greve dos metalúrgicos de Minas (…) é um exemplo. 18 mil trabalhadores paralisaram suas atividades e exigiram aumento de salários. Tomaram em suas mãos a direção do sindicato e criaram organizações de base nas empresas.” (Boletim da Classe Operária)

“O espírito de luta das massas vem crescendo. A greve dos metalúrgicos de Minas (…) é um exemplo. 18 mil trabalhadores paralisaram suas atividades e exigiram aumento de salários. Tomaram em suas mãos a direção do sindicato e criaram organizações de base nas empresas.” (Boletim da Classe Operária)

Contagem 2
Combate-nº1-greve-Contagem-1968

19 de abril

19 de abril

19 de abril

Os trabalhadores das outras indústrias aderem à greve. No seu ápice, o movimento envolve cerca de 16 mil dos 21 mil metalúrgicos da cidade.

Os trabalhadores das outras indústrias aderem à greve. No seu ápice, o movimento de Contagem envolve cerca de 16 mil dos 21 mil metalúrgicos da cidade.

Os trabalhadores das outras indústrias da região aderem à paralisação. No seu ápice, o movimento de Contagem envolve cerca de 16 mil dos 21 mil metalúrgicos da cidade.

"Os operários estavam sofrendo com o arrocho. (…) Outros diziam que o negócio era usar a única arma dos trabalhadores: A GREVE. Assim fizeram." (Combate nº 1)

"Os operários estavam sofrendo com o arrocho. (…) Outros diziam que o negócio era passar por cima dos sindicatos e as leis do governo e usar a única arma dos trabalhadores: A GREVE. Assim fizeram. Formaram comissões às pressas e o movimento foi se espalhando de fábrica em fábrica." (Combate nº 1)

"Os operários de Minas Gerais estavam sofrendo com o arrocho. (…) Outros diziam que o negócio era passar por cima dos sindicatos e as leis do governo e usar a única arma dos trabalhadores: A GREVE. Assim fizeram. Formaram comissões às pressas e o movimento foi se espalhando de fábrica em fábrica. Os que a princípio se conformavam entraram também na greve de 15.000 operários que paralisou a indústria siderúrgica mineira." (Combate nº 1)

Contagem 3
Passarinho-assembleia

20 a 23 de abril

20 a 23 de abril

20 a 23 de abril

O ministro do Trabalho, Jarbas Passarinho, intervém diretamente, mas suas ameaças não têm resultado.

O ministro do Trabalho, Jarbas Passarinho, passa a intervir diretamente na negociação, mas suas ameaças não têm resultado.

O então ministro do Trabalho, coronel Jarbas Passarinho, passa a intervir diretamente na negociação, chegando a participar de uma assembleia dos grevistas, mas suas ameaças não têm resultado.

“O governo dos patrões ficou apavorado. Mandou o coronel Passarinho. Na assembleia, o ministro conversou e ameaçou; e foi vaiado. A assembleia decidiu continuar a greve." (Combate nº 1)

“O governo dos patrões ficou apavorado. Mandou o ministro do Trabalho, o coronel Passarinho. Na assembleia geral com 5 mil participantes, o ministro conversou e ameaçou; e foi vaiado. A assembleia decidiu continuar a greve." (Combate nº 1)

“O governo dos patrões ficou apavorado. Mandou o ministro do Trabalho, o coronel Passarinho, para acalmar os operários. Na assembleia geral com 5 mil participantes, o ministro conversou e ameaçou; e foi vaiado. A assembleia decidiu por unanimidade continuar a greve." (Combate nº 1)

“(…) Os metalúrgicos não se deixaram impressionar com as bravatas do Ministério.” (Boletim da Classe Operária)

“(…) Os metalúrgicos não se deixaram impressionar com as bravatas do Ministério do Trabalho.” (Boletim da Classe Operária)

“(…) Os metalúrgicos não se deixaram impressionar com as bravatas do Ministério do Trabalho.” (Boletim da Classe Operária)

Contagem 4
Combate-nº12-Contagem-Osasco-1968

24 de abril

24 de abril

24 de abril

A região industrial é tomada por 1.500 policiais. Os operários são ameaçados de demissão sumária se não voltarem ao trabalho. Assembleias, distribuição de boletins e qualquer tipo de aglomeração são proibidas.

A região industrial de Contagem é tomada por 1.500 policiais. Os operários são ameaçados de demissão sumária se não voltarem ao trabalho. Assembleias, distribuição de boletins e qualquer tipo de aglomeração são proibidos.

A região industrial de Contagem é tomada por 1.500 policiais militares. Os operários são ameaçados de demissão sumária se não voltarem ao trabalho. Assembleias, distribuição de boletins e qualquer tipo de aglomeração são proibidos.

“Desde a corajosa greve de abril (…) Com as demissões dos companheiros mais combativos eles pretendem “furar” o movimento. (…) Não podemos permitir. É preciso dar uma resposta à covardia dos patrões.” (Combate n° 12)

“Desde a corajosa greve de abril (…) os patrões vêm demitindo (…) Com as demissões dos companheiros mais combativos pretendem “furar” o movimento. (…) Não podemos permitir isso. É preciso dar uma resposta à covardia dos patrões.” (Combate n° 12)

“Desde a corajosa greve de abril (…) os patrões da Cidade Industrial vêm demitindo os operários mais esclarecidos. (…) Com as demissões dos companheiros mais combativos eles pretendem “furar” o movimento. (…) Não podemos permitir que isso continue. É preciso dar uma resposta à covardia dos patrões.” (Combate n° 12)

Contagem 5
Combate-12-2

26 de abril

26 de abril

26 de abril

Os últimos grevistas voltam ao trabalho. No dia seguinte, boletins inundam a cidade convocando os operários a fazer do 1º de Maio um dia de protesto. E no dia 1º governo anuncia um abono de 10% nos salários.

Os últimos grevistas voltam ao trabalho. No dia seguinte, boletins inundam a cidade chamando os operários a fazer do 1º de Maio um dia de protesto contra o arrocho. E em 1º de maio o governo anuncia um abono salarial de 10% para todo o país.

Os últimos grevistas voltam ao trabalho. No dia seguinte, boletins inundam a cidade convocando os operários a fazer do 1º de Maio um dia de protesto contra o arrocho. E no dia 1º de maio o governo anuncia um abono de 10% nos salários para todo o país.

"A greve fez com que a ditadura dos patrões nos desse a miséria dos 10%. As vitórias só não foram maiores porque não estávamos organizados nas fábricas, para sustentar a greve mais dias ou para estendê-la ." (Combate n° 12)

"A greve fez com que a ditadura dos patrões nos desse a miséria dos 10%. As vitórias só não foram maiores porque não estávamos organizados nas fábricas, para sustentar a greve mais dias ou para estendê-la para outras fábricas." (Combate n° 12)

"A greve fez com que a ditadura dos patrões nos desse a miséria dos 10%. As vitórias só não foram maiores porque não estávamos organizados nas fábricas, para sustentar a greve mais dias ou para estendê-la para outras fábricas." (Combate n° 12)

“O governo está testando a nossa capacidade de luta. A resposta vai vir. Depende de nós.” (Combate nº 1)

“Na maioria das fábricas até agora não veio nada (…). O governo está testando a nossa capacidade de luta; quer ver se somos uns capachos. A resposta vai vir. Depende de nós.” (Combate nº 1)

“(As greves) assustaram o governo, que prometeu 10% de aumento. Na maioria das fábricas até agora não veio nada (…). O governo está testando a nossa capacidade de luta; quer ver se somos uns capachos ou se temos alguma dignidade. A resposta vai vir cedo ou tarde. Depende de nós.” (Combate nº 1)

Ato 1º de Maio
1º de Maio, 1968, São Paulo

1º de Maio na Sé

1º de Maio na Sé

1º de Maio na Sé

Em São Paulo, a oposição interrompe com vaias e pedras o discurso do governador. O palanque é tomado pelos manifestantes e incendiado.

Em São Paulo, a oposição interrompe com vaias o discurso do governador. Uma chuva de paus e pedras o obriga a se refugiar na catedral. Em meio aos discursos contra o arrocho, o palanque é tomado pelos manifestantes e acaba incendiado.

Em São Paulo, a oposição sindical, liderada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, interrompe com vaias o discurso do governador Abreu Sodré. Uma chuva de paus e pedras obriga Sodré a se refugiar na catedral. Em meio aos discursos contra o arrocho, o palanque é tomado pelos manifestantes e acaba incendiado.

“Os operários expulsaram o asqueroso agente da ditadura Abreu Sodré, que procura se fantasiar de amigo dos trabalhadores. (...) incendiando o palanque, demonstraram sua condenação à ditadura.” (Boletim da Classe Operária)

“Os operários e estudantes expulsaram o asqueroso agente da ditadura Abreu Sodré, que procura se fantasiar de amigo dos trabalhadores. (...) incendiando o palanque, eles demonstraram sua condenação à ditadura.” (Boletim da Classe Operária)

“Têm particular significação as ações combativas da Praça da Sé.(…) Os operários e estudantes expulsaram da concentração o asqueroso agente da ditadura Abreu Sodré, que procura se fantasiar de democrata e amigo dos trabalhadores. (...) incendiando o palanque oficial, os manifestantes demonstraram sua condenação à ditadura militar.” (Boletim da Classe Operária)

Ato do 1º de Maio 2
Aonde-Vamos-nº3-1968

“Nós estudantes, participamos do grande comício de 1º de maio que assinalou uma nova etapa do movimento operário. Pela primeira vez após o golpe, os trabalhadores foram às ruas, demonstrando que é possível manifestar-se contra o arrocho e a ditadura dos patrões."

“Nós estudantes, participamos do grande comício de 1º de maio que assinalou uma nova etapa do movimento operário em São Paulo. Pela primeira vez após o golpe da ditadura, os trabalhadores foram às ruas, demonstrando assim, que é possível e é preciso manifestar-se contra o arrocho salarial e contra a ditadura dos patrões.”

“Nós estudantes, participamos do grande comício de 1º de maio que assinalou uma nova etapa do movimento operário em São Paulo. Pela primeira vez após o golpe da ditadura, os trabalhadores foram às ruas, demonstrando assim, que é possível e é preciso manifestar-se contra o arrocho salarial e contra a ditadura dos patrões.”

“Foi a primeira grande manifestação de força operária após o golpe. Na Sé, os operários denunciaram o caráter de classe do governo e propuseram a greve contra o arrocho.” (Jornal Aonde Vamos nº 3)

“Foi a primeira grande manifestação de força operária após o golpe. No comício da praça da Sé, os operários denunciaram o caráter de classe do governo e propuseram a greve contra o arrocho.” (Jornal Aonde Vamos nº 3)

“Foi a primeira grande manifestação de força operária após o golpe. No comício da praça da Sé, os operários denunciaram o caráter de classe do governo e propuseram a greve contra o arrocho.” (Jornal Aonde Vamos nº 3)

Maio greves
Bandeira-Vermelha-nº10-junho-1968

Resistência em maio

Resistência em maio

Resistência em maio

No resto do mês, a luta contra o arrocho se traduz em paralisações menores no ABC, com negociações salariais.

No resto do mês, a luta contra o arrocho se traduz em pequenas paralisações em fábricas do ABC paulista e outros locais, com negociações salariais.

No resto do mês, a luta contra o arrocho se traduz em pequenas paralisações em fábricas do ABC paulista e outros locais, com negociações salariais.

“Para a classe operária, a realidade terrível do ‘arrocho'.(…) A burguesia não se ilude e sabe que a classe operária pode ultrapassar a liderança sindical e os partidos, lançando-se em lutas de que o 1º de Maio em SP e a Greve de Minas são apenas um pálido começo.” (Bandeira Vermelha nº 10)

“Para a classe operária, a realidade terrível do ‘arrocho’, dos salários que correm, em passo de tartaruga, atrás da inflação, continua.(…) Passarinho já ‘bolou’ maliciosamente os meios para aplicar o golpe da continuação do arrocho.(…) A burguesia e seus lacaios não se iludem e sabem que a classe operária pode ultrapassar a liderança sindical e os partidos, lançando-se em lutas de que o 1º de Maio em São Paulo e a Greve de Minas são apenas um pálido começo.” (Bandeira Vermelha nº 10)

“Para a classe operária, a realidade terrível do ‘arrocho’, dos salários que correm, em passo de tartaruga, atrás da inflação, continua.(…) Passarinho já ‘bolou’ maliciosamente os meios para aplicar o golpe da continuação do arrocho.(…) A burguesia e seus lacaios não se iludem e sabem que a classe operária pode ultrapassar a liderança sindical e os partidos, lançando-se em lutas de que o 1º de Maio em São Paulo e a Greve de Minas são apenas um pálido começo.”
(Bandeira Vermelha nº 10)

Passeata dos 100 mil

26 de junho

26 de junho

26 de junho

O clima de resistência à ditadura se cristaliza na Passeata dos 100 mil, no Rio, organizada pelo movimento estudantil.

O clima de resistência à ditadura se cristaliza na Passeata dos 100 mil, no Rio, organizada pelas entidades do movimento estudantil.

O clima de resistência à ditadura se cristaliza na Passeata dos 100 mil, no Rio, organizada pelas entidades do movimento estudantil.

“No dia 21 os estudantes foram atacados pela polícia ao deixarem a reitoria.(…) A violência provocou revolta em toda a população e no dia seguinte o ato de protesto se transformou numa verdadeira batalha, com várias mortes.(…) Em todas as capitais houve manifestações com repressão declarada e violenta.” (Frente nº 5)

“No dia 21 os estudantes foram atacados pela polícia ao deixarem a reitoria.(…) A violência provocou um clima de revolta em toda a população e no dia seguinte o ato de protesto se transformou numa verdadeira batalha, causando várias mortes."

“No dia 21 os estudantes cariocas foram atacados violentamente pela polícia ao deixarem a reitoria.(…) A violência provocou um clima de revolta em toda a população e no dia seguinte o ato de protesto se transformou numa verdadeira batalha, causando várias mortes.(…) Em todas as capitais houve manifestações com repressão declarada e violenta."

Passeata dos 100 mil, no Rio, 1968

“Em todas as capitais houve manifestações com repressão declarada e violenta. (...)Todas elas mais a marcha dos cem mil vieram mostrar a fraqueza política da ditadura que, sentindo insegurança, quase decretou o estado de sítio.” (Frente nº 5)

“Todas essas manifestações mais a marcha dos cem mil na Guanabara vieram mostrar a fraqueza política da ditadura que, sentindo insegurança, quase decretou o estado de sítio.” (Frente nº 5)

Passeata dos 100 mil 2
Frente-nº5-agosto-1968

“Na Guanabara (...) a morte de Edson Souto provocou atos de solidariedade em todo o país. Em São Paulo, o caráter político das manifestações foi prejudicado pela cisão da UEE e pela vontade de ‘imitar’ a Guanabara, onde conseguiu-se um grande apoio popular.” (Frente nº 5)

“Dentro das lutas reivindicatórias, tivemos na Guanabara a desenvolvida pelos estudantes do Calabouço contra o corte de verbas, mas a morte de Edson Souto provocou atos de solidariedade em todo o país. Em São Paulo, o caráter político das manifestações foi prejudicado pela cisão da UEE e pela vontade de ‘imitar’ a Guanabara, onde conseguiu-se um grande apoio popular, devido também ao clima criado pela repressão ali. (…) A repressão em São Paulo se fez através de inúmeras prisões, antes e depois das passeatas.” (Frente nº 5)

“Ainda dentro das lutas essencialmente reivindicatórias, tivemos na Guanabara a desenvolvida pelos estudantes do Calabouço contra o corte de verbas, mas a morte de Edson Souto provocou manifestações de solidariedade em todo o país." "Em São Paulo, o caráter político das manifestações foi bastante prejudicado pela cisão da UEE e pela vontade de ‘imitar’ as manifestações da Guanabara, onde conseguiu-se um grande apoio popular, devido também ao clima criado pela repressão que agiu ali de maneira violenta. (…) A repressão em São Paulo se fez através de inúmeras prisões, antes e depois das passeatas.” (Frente nº 5)

"O governo foi incapaz de formar uma base de apoio (...) e conter a onda popular de oposição." (Informe Nacional nº 1, do Partido Operário Comunista)

"Quais as características básicas da situação? A primeira é o ponto agudo a que chegou o esvaziamento social e político da ditadura. O governo foi incapaz de formar uma base de apoio (...) e de, pela repressão, conter a onda popular de oposição." (Informe Nacional nº 1, do Partido Operário Comunista)

"Quais as características básicas da situação política? A primeira é o ponto agudo a que chegou o esvaziamento social e político da ditadura. O governo foi incapaz de formar uma base de apoio para dar estabilidade ao regime e foi incapaz de, pela repressão, conter a onda popular de oposição fora dos marcos legais." (Informe Nacional nº 1, do Partido Operário Comunista)

Passeata dos 100 Mil 3
Informe-Nacional-nº1-agosto-1968

“A crise do Calabouço iniciou uma terceira etapa nas lutas estudantis (que) superou a das lutas desligadas de um objetivo político revolucionário. Ao enfrentar nas ruas a repressão da ditadura, o movimento estudantil mobilizou massas que evidenciaram o caráter político da luta."

“A crise do Calabouço iniciou uma terceira etapa nas lutas estudantis (que) superou a das lutas desligadas de um objetivo político revolucionário. Ao enfrentar nas ruas a repressão da ditadura, o movimento estudantil mobilizou massas que evidenciaram o caráter político da luta. Entramos em abril de 68 numa terceira etapa de lutas, quando estas voltam a se caracterizar politicamente de modo mais claro."

“Podemos dizer que a crise do Calabouço iniciou uma terceira etapa nas lutas estudantis de depois do golpe. (…) O próprio desenvolvimento das lutas específicas combinado com a crise política superou a etapa das lutas desligadas de um objetivo político revolucionário. Ao enfrentar nas ruas a repressão da ditadura, o movimento estudantil mobilizou massas que evidenciaram o caráter político da luta. Entramos em abril de 68 numa terceira etapa de lutas, quando estas voltam a se caracterizar politicamente de modo mais claro."

“A despeito de si mesmo o movimento estudantil passou a agir como centro político de oposição revolucionária ao regime. Ao enfrentar a ditadura polarizou o imenso sentimento de oposição das amplas massas.” (Informe Nacional nº 1)

“A despeito de si mesmo o movimento estudantil passou a agir como centro político de oposição revolucionária ao regime. Ao enfrentar a ditadura (ele) polarizou o imenso sentimento de oposição das amplas massas, que se exprimiram nas passeatas de abril e de junho.” (Informe Nacional nº 1)

“A despeito de si mesmo o movimento estudantil passou a agir como centro político de oposição revolucionária ao regime. Ao enfrentar a ditadura o movimento estudantil polarizou o imenso sentimento de oposição das amplas massas, que se exprimiram nas passeatas de abril e de junho.” (Informe Nacional nº 1)

Greve de Osasco 1

16 de julho

16 de julho

16 de julho

Mais de 3 mil metalúrgicos ocupam a Cobrasma, em Osasco, e ganham a adesão de outras fábricas. Liderada pelo presidente do sindicato, José Ibrahim, é a última grande greve do período, e envolve 22 mil operários.

Mais de 3 mil metalúrgicos ocupam a Cobrasma, em Osasco, e ganham a adesão de outras fábricas. Liderada pelo presidente do sindicato, José Ibrahim, é a última grande greve do período.

Mais de 3 mil metalúrgicos ocupam a Cobrasma, em Osasco, e ganham a adesão de outras fábricas. Liderada pelo presidente do sindicato, José Ibrahim, é a última grande greve do período, e envolve 22 mil operários.

“Na Fábrica de Fósforos Granada (...) a adesão foi imediata; partiram em passeata para o sindicato e foram chamando outras fábricas. Cinco aderiram. Na Cobrasma, os operários ocuparam a fábrica. O sindicato entrou em assembleia permanente.” (Combate, especial sobre a greve de Osasco)

“Às 12 horas, comiam no refeitório da Fábrica de Fósforos Granada 250 operárias e 162 operários, quando surgiram alguns líderes convocando-os para a greve. A adesão foi imediata; do refeitório partiram em passeata para o sindicato e foram chamando outras fábricas. Neste dia, 5 aderiram (…), mais de 5 mil grevistas. Na Cobrasma – como na Belgo – os operários ocuparam a fábrica. O sindicato entrou em assembleia permanente.” (Combate, edição especial sobre a greve de Osasco)

“Às 12 horas, comiam no refeitório da Fábrica de Fósforos Granada 250 operárias e 162 operários, quando surgiram alguns líderes com panfletos convocando-os para a greve. A adesão foi imediata; do refeitório partiram em passeata para o sindicato e pelo caminho mesmo foram chamando outras fábricas. Neste dia, cinco aderiram (…), totalizando mais de 5 mil grevistas. Na Cobrasma – como na Belgo – os operários ocuparam a fábrica e prenderam os diretores. O sindicato entrou em assembleia permanente e pediu a adesão de outras fábricas.” (Combate, edição especial sobre a greve de Osasco)

Combate-especial-greve-Osasco-1968
Greve de Osasco 2
Invasão-Cobrasma-greve-Osasco-1968

A ditadura não perde tempo. A greve é declarada ilegal e à noite tropas de choque, cavalaria e carros de combate ocupam a cidade. Primeiro

A ditadura não perde tempo. A greve é declarada ilegal e à noite tropas de choque, apoiadas por cavalaria e carros de combate, ocupam a cidade. Primeiro cercam a Lonaflex, obrigando os grevistas a desocupá-la. Depois invadem a Cobrasma. Os trabalhadores resistem, mas depois de vários enfrentamentos, são desalojados de madrugada. Muitos são presos.

A ditadura não perde tempo. A greve é declarada ilegal e no início da noite tropas de choque, apoiadas por cavalaria e carros de combate, ocupam a cidade. Primeiro cercam a Lonaflex, obrigando os grevistas a desocupá-la. Por volta das 21 horas, as tropas invadem a Cobrasma. Os trabalhadores resistem, mas depois de vários enfrentamentos, são desalojados no fim da madrugada. Muitos dirigentes são presos.

cercam a Lonaflex. Depois invadem a Cobrasma. Os trabalhadores resistem, mas acabam desalojados de madrugada. Muitos são presos.

A ditadura não perde tempo. A greve é declarada ilegal e à noite tropas de choque, apoiadas por cavalaria e carros de combate, ocupam a cidade. Primeiro cercam a Lonaflex, obrigando os grevistas a desocupá-la. Depois invadem a Cobrasma. Os trabalhadores resistem, mas depois de vários enfrentamentos, são desalojados de madrugada. Muitos são presos.

A ditadura não perde tempo. A greve é declarada ilegal e no início da noite tropas de choque, apoiadas por cavalaria e carros de combate, ocupam a cidade. Primeiro cercam a Lonaflex, obrigando os grevistas a desocupá-la. Por volta das 21 horas, as tropas invadem a Cobrasma. Os trabalhadores resistem, mas depois de vários enfrentamentos, são desalojados no fim da madrugada. Muitos dirigentes são presos.

“À noite, tropas invadiram a Cobrasma, obrigando os operários a sair, e ocuparam as outras fábricas. Como em Minas, Passarinho falou que o justo movimento dos trabalhadores era um ‘caso de polícia’ e decretou a intervenção no sindicato.” (Combate, especial sobre a greve de Osasco)

“À noite, tropas da Força Pública invadiram a Cobrasma, obrigando os operários a sair, e ocuparam as outras fábricas. Como em Minas, Passarinho foi para São Paulo (...), falou que o justo movimento dos trabalhadores era um ‘caso de polícia’ e decretou a intervenção no sindicato.” (Combate, especial sobre a greve de Osasco)

“À noite, tropas da Força Pública invadiram a Cobrasma, obrigando os operários a sair da fábrica, e ocuparam as outras fábricas. Como em abril, em Minas, Passarinho foi para São Paulo, reuniu com seus lacaios e falou que o justo movimento dos trabalhadores era um ‘caso de polícia’ e decretou a intervenção no sindicato dos Metalúrgicos de Osasco.” (Combate, número especial sobre a greve de Osasco)

Greve de Osasco 3

17 de julho

17 de julho

17 de julho

Mesmo com a repressão, outras duas fábricas param. Os grevistas vão para o sindicato, que é cercado. Ás 3 da manhã as tropas recebem ordens para invadir. Os grevistas aceitam sair, e muitos são presos.

Mesmo com a repressão, outras duas fábricas param. Os grevistas vão para o sindicato, que é cercado. Às 3 da madrugada as tropas recebem ordens para invadir o prédio. Os grevistas aceitam sair, e muitos são presos.

Mesmo com a repressão, outras duas fábricas param. Os grevistas vão para o sindicato, que é cercado à noite. Depois de horas de negociação, às 3 da madrugada as tropas recebem ordens para invadir o prédio. Os grevistas, sem opções, aceitam sair, e muitos são presos.

e os patrões fecharam a fábrica. Centenas de policiais invadiram o sindicato, prendendo operários.” (Combate, especial sobre a greve)

“A Brown Boveri iniciou a greve e os patrões fecharam a fábrica. Quando o interventor chegou ao sindicato, 500 operários barraram-lhe a entrada. No mesmo dia, centenas de policiais invadiram o sindicato, prendendo operários.” (Combate, especial sobre a greve)

“A Brown Boveri iniciou a greve na caldeiraria e os patrões fecharam rapidamente a fábrica. Quando o interventor chegou ao sindicato, 500 operários barraram-lhe a entrada. No mesmo dia, centenas de policiais invadiram o sindicato, prendendo operários e até padres que lá se encontravam.” (Combate, especial sobre a greve de Osasco)

“A Brown Boveri iniciou a greve

“A Brown Boveri iniciou a greve e os patrões fecharam a fábrica. Quando o interventor chegou ao sindicato, 500 operários barraram-lhe a entrada. No mesmo dia, centenas de policiais invadiram o sindicato, prendendo operários.” (Combate, especial sobre a greve)

“A Brown Boveri iniciou a greve na caldeiraria e os patrões fecharam rapidamente a fábrica. Quando o interventor chegou ao sindicato, 500 operários barraram-lhe a entrada. No mesmo dia, centenas de policiais invadiram o sindicato, prendendo operários e até padres que lá se encontravam.” (Combate, especial sobre a greve de Osasco)

“A mobilização é intensa. A repressão ocupa as fábricas e faz dezenas de prisões de operários.” (Aonde Vamos)

“A mobilização é intensa. A repressão primeiro ocupa as fábricas e faz dezenas de prisões. Depois, a prisão de inúmeros colegas que saíram para a panfletagem (em portas de fábricas e bairros operários).” (Aonde Vamos)

“A mobilização é intensa. A repressão ocupa as fábricas e faz dezenas de prisões de operários. Depois, a prisão de inúmeros colegas que saíram para a panfletagem (em portas de fábricas e bairros operários).” (Aonde Vamos)

Aonde-Vamos-nº3(p5)-1968
Ibrahim
Manifestações de apoio à greve de Osasco. José Ibrahim

18 a 21 de julho

18 a 21 de julho

18 a 21 de julho

Com Osasco transformada em praça de guerra, é impossível manter a greve. Ela acaba com mais de 400 presos, demissões em massa e a cassação de toda

Os poucos dirigentes livres tentam reorganizar a greve, mas com Osasco transformada numa praça de guerra é impossível. No quarto dia, 50% dos operários retornam ao trabalho. A greve termina com mais de 400 presos, demissões em massa e a cassação de toda a diretoria do sindicato. Osasco passa uma semana sob ocupação militar. Ibrahim consegue fugir, mas é preso no ano seguinte.

Os poucos dirigentes ainda livres tentam reorganizar a greve nos dias seguintes, mas com Osasco transformada numa praça de guerra é impossível manter o movimento. No quarto dia, 50% dos operários retornam ao trabalho, porcentual que chega aos 80% já no quinto dia. A greve termina com mais de 400 presos, demissões em massa e a cassação de toda a diretoria do sindicato. Osasco passa uma semana sob ocupação militar. Ibrahim consegue fugir, mas é preso no ano seguinte.

a diretoria do sindicato. Ibrahim consegue fugir, mas é preso no ano seguinte.

Os poucos dirigentes livres tentam reorganizar a greve, mas com Osasco transformada numa praça de guerra é impossível. No quarto dia, 50% dos operários retornam ao trabalho. A greve termina com mais de 400 presos, demissões em massa e a cassação de toda a diretoria do sindicato. Osasco passa uma semana sob ocupação militar. Ibrahim consegue fugir, mas é preso no ano seguinte.

Os poucos dirigentes ainda livres tentam reorganizar a greve nos dias seguintes, mas com Osasco transformada numa praça de guerra é impossível manter o movimento. No quarto dia, 50% dos operários retornam ao trabalho, porcentual que chega aos 80% já no quinto dia. A greve termina com mais de 400 presos, demissões em massa e a cassação de toda a diretoria do sindicato. Osasco passa uma semana sob ocupação militar. Ibrahim consegue fugir, mas é preso no ano seguinte.

“(…) se os operários se organizam para lutar pelos seus direitos, são tachados de perigosos criminosos. Quando explode a greve, na fábrica aparecem com (...) DOPS e tropas, dizendo que a greve é ilegal, prendendo, demitindo." (Combate, especial sobre a greve de Osasco)

“(…) se os operários se organizam para lutar pelos seus direitos, são tachados de perigosos criminosos. Sodré, Passarinho, a ditadura se esforçam para convencer os operários de que se preocupam com eles. Mas, quando explode a greve, na fábrica aparecem com (...) DOPS e tropas, dizendo que a greve é ilegal, prendendo operários, demitindo." (Combate, especial sobre a greve de Osasco)

“(…) se os operários se organizam para lutar pelos seus direitos, são tachados de perigosos criminosos. Sodré, Passarinho, o ditador e a ditadura se esforçam para convencer os operários de que o Ministério do Trabalho, o governo e seus lacaios se preocupam com os patrões como com os operários. Mas, quando explode a greve, na fábrica aparecem com delegado do trabalho, ministro, DOPS e tropas, dizendo que a greve é ilegal, prendendo operários, demitindo outros." (Combate, especial sobre a greve de Osasco)

Análises
Boletim-Metalúrgico-nº6-1968

“As últimas mobilizações em São Paulo mostram uma nova etapa na luta dos operários em todo o Brasil. (...) A grande vitória dos operários de Osasco foi a sua UNIÃO. (…) A greve saiu contra a vontade dos pelegos. Se os sindicatos de SP não estivessem nas mãos de pelegos, a greve de

“As últimas mobilizações operárias em São Paulo mostram uma nova etapa na luta dos operários em todo o Brasil. (...) A grande vitória dos operários de Osasco foi a sua UNIÃO. A greve saiu contra a vontade dos pelegos (...) que querem é conchavar com os patrões. Se os sindicatos de São Paulo não estivessem nas mãos de pelegos, a greve de Osasco se transformaria numa greve geral e os patrões e o governo teriam que conceder as reivindicações.”

“As últimas mobilizações operárias em São Paulo mostram uma nova etapa na luta dos operários em todo o Brasil. (...) A grande vitória dos operários de Osasco foi a sua UNIÃO. (…) A greve saiu contra a vontade dos pelegos. Todos nós sabemos que os pelegos não querem levar luta alguma. Tudo que querem é conchavar com os patrões. Se os sindicatos de São Paulo não estivessem nas mãos de pelegos, a greve de Osasco se transformaria numa greve geral e os patrões e o governo teriam que conceder as reivindicações.”

“Mesmo não conseguindo suas reivindicações, as lutas de Osasco foram uma grande vitória. Mostraram nossa força. Apavoraram os patrões, o governo e os pelegos.” (Boletim Metalúrgico, nº 6)

“Mesmo não conseguindo suas reivindicações, as lutas de Osasco foram uma grande vitória dos operários (...) de todo o Brasil. Mostraram nossa força. Apavoraram os patrões, o governo e os pelegos. Conseguiram o apoio dos estudantes, intelectuais e padres. E deram confiança aos operários na sua capacidade de luta.” (Boletim Metalúrgico, nº 6)

“Mesmo não conseguindo suas reivindicações, as lutas de Osasco foram uma grande vitória dos operários. Não só de São Paulo, mas de todo o Brasil. Mostraram nossa força. Apavoraram os patrões, o governo e os pelegos. Conseguiram o apoio dos estudantes, intelectuais e padres. E deram confiança aos operários na sua capacidade de luta.” (Boletim Metalúrgico, nº 6)

Osasco se transformaria numa greve geral e os patrões e o governo teriam que conceder (...).”

Greves de agosto e setembro
Combate-nº13-agosto-1968

Agosto e setembro

Agosto e setembro

Agosto e setembro

Apesar da reação violenta em Osasco, outras greves ocorrem. Na mídia clandestina é clara a confiança num ascenso do movimento operário.

Apesar da reação violenta em Osasco, outras greves ocorrem em agosto e setembro. Na mídia clandestina é clara a confiança num ascenso do movimento operário.

Apesar da reação violenta em Osasco, outras greves ocorrem em agosto e setembro. Na mídia clandestina é clara a confiança num ascenso do movimento operário.

“Quem dá o índice do aumento é o governo capitalista, toda a classe exploradora."

“Quem dá o índice do aumento é o governo capitalista, toda a classe exploradora. Então, nossa luta por aumento de salários e contra o arrocho tem que ser uma luta de toda a classe operária. A arma que temos de usar hoje para esta luta é a greve. É a greve que apavora os patrões, os ministros, o governo.” (Combate nº 13)

“Quem dá o índice do aumento é o governo capitalista, toda a classe exploradora. Então, nossa luta por aumento de salários e contra o arrocho tem que ser uma luta de toda a classe operária. A arma que temos de usar hoje para esta luta é a greve. É a greve que apavora os patrões, os ministros, o governo.” (Combate nº 13)

“Então, nossa luta por aumento de salários e contra o arrocho tem que ser uma luta de toda a classe operária. A arma que temos para esta luta é a greve. É a greve que apavora os patrões, os ministros, o governo.” (Combate nº 13)

“Quem dá o índice do aumento é o governo capitalista, toda a classe exploradora. Então, nossa luta por aumento de salários e contra o arrocho tem que ser uma luta de toda a classe operária. A arma que temos de usar hoje para esta luta é a greve. É a greve que apavora os patrões, os ministros, o governo.” (Combate nº 13)

“Quem dá o índice do aumento é o governo capitalista, toda a classe exploradora. Então, nossa luta por aumento de salários e contra o arrocho tem que ser uma luta de toda a classe operária. A arma que temos de usar hoje para esta luta é a greve. É a greve que apavora os patrões, os ministros, o governo.” (Combate nº 13)

Greves de agosto e setembro 2
Combate-s/d-1968

“A classe operária passou da palavra à ação. A luta contra a lei do arrocho fez renascer o movimento.(…) A classe operária nega-se a obedecer as leis da ditadura e enfrenta seus inimigos com os instrumentos de que dispõe: as organizações nas fábricas, as greves."

“A classe operária em 1968 passou da palavra à ação. A luta contra a famigerada lei do arrocho salarial fez renascer o movimento.(…) Já passou um mês que terminou a greve (...) de 9 mil bancários de BH, Uberaba e Montes Claros. Dezenas de bancários foram demitidos e o sindicato passou para as mãos de um interventor. Como vitórias podem ser contados: o reajuste conseguido (20%) e concessões aos funcionários.” (Combate s/nº)

“A classe operária em 1968 passou da palavra à ação. A luta contra a famigerada lei do arrocho salarial fez renascer o movimento.(…) Já passou um mês que terminou a greve que mobilizou durante 10 dias cerca de 9 mil bancários de BH, Uberaba e Montes Claros. Em consequência da greve, dezenas de bancários foram demitidos e o sindicato passou para as mãos de um interventor. Como vitórias podem ser contados: o reajuste conseguido (20%) e concessões dos banqueiros aos funcionários.” (Combate s/nº)

“Hoje, os trabalhadores já não discutem se é válido ou não fazer as greves; discutem qual a melhor maneira de fazê-las. (…) A campanha salarial está aí. Desta vez, sabemos que temos de enfrentar o arrocho, os miseráveis reajustes, com a GREVE.” (Combate s/nº)

“A classe operária nega-se a obedecer as leis da ditadura dos patrões e (usa) os instrumentos de luta de que dispõe. Hoje, os trabalhadores já não discutem se é válido ou não fazer as greves; discutem qual a melhor maneira de fazê-las. (…) A campanha salarial de 1968 está aí. Desta vez, sabemos que temos de enfrentar o arrocho salarial, os miseráveis reajustes, com a GREVE.” (Combate s/nº)

“A classe operária nega-se a obedecer as leis da ditadura dos patrões e enfrenta seus inimigos com os instrumentos de luta de que dispõe: as organizações nas fábricas, as assembleias sindicais e as greves. Hoje, os trabalhadores já não discutem se é válido ou não fazer as greves; discutem a melhor maneira de fazê-las. (…) A campanha salarial de 1968 está aí. Desta vez, sabemos que temos de enfrentar o arrocho salarial, os miseráveis reajustes, com a GREVE.” (Combate s/nº)

Queda da UNE

Repressão aos estudantes

Repressão contra os estudantes

Repressão contra os estudantes

A polícia invade a UnB em agosto. Em 3 de outubro, alunos da Filosofia e membros do CCC se enfrentam em São Paulo. No dia 15, a polícia desmantela o Congresso da UNE e prende os participantes.

A Universidade de Brasília é invadida pela polícia em 29 de agosto. Em São Paulo, em 3 de outubro, um estudante morre na Faculdade de Filosofia, em confronto com membros do CCC. Em 15 de outubro, a polícia desmantela o Congresso da UNE e prende os participantes.

A Universidade de Brasília é invadida pela polícia em 29 de agosto. Em São Paulo, em 3 de outubro, um estudante morre na Faculdade de Filosofia, em confronto com membros do CCC. Em 15 de outubro, a polícia desmantela o Congresso da UNE e prende os participantes.

“O retrocesso estudantil com a queda do 30º Congresso não eliminou as bases acumuladas por todo o avanço anterior. (...) devemos evitar jogá-las em confrontos diretos com a repressão.” (Informe Nacional nº 3)

“O retrocesso estudantil com a queda do 30º Congresso (da UNE) não eliminou as bases acumuladas por todo o avanço anterior. Essas bases permanecem intocadas e devemos evitar jogá-las em confrontos diretos com a repressão enquanto elas não estiverem preparadas para isso.” (Informe Nacional nº 3)

“O retrocesso estudantil com a queda do 30º Congresso (da UNE) não eliminou as bases acumuladas por todo o avanço anterior. Essas bases permanecem intocadas e devemos evitar jogá-las em confrontos diretos com a repressão enquanto elas não estiverem preparadas para isso.” (Informe Nacional nº 3)

nforme-Nacional-nº3-novembro-1968-UNE
Segunda greve de Contagem 1
Combate-nº14-1968-Contagem

Outubro

Outubro

Outubro

Os metalúrgicos de Contagem fazem outra greve. No dia 1º, tropas de choque invadem as fábricas, os líderes da greve são presos, o sindicato é posto sob intervenção e mais de 150 operários são demitidos. No dia 3, a paralisação acaba.

Os metalúrgicos de Contagem fazem outra greve, mas a repressão é pior. No dia 1º, tropas invadem as fábricas, os líderes da greve são presos, o sindicato é posto sob intervenção e mais de 150 operários são demitidos. No dia 3, a paralisação acaba.

Os metalúrgicos de Contagem fazem outra greve, mas a repressão é pior ainda. As prisões começam ainda durante sua preparação. No dia 1º, tropas de choque ocupam a cidade e invadem as fábricas, os líderes do comitê de greve são presos, o sindicato é posto sob intervenção e mais de 150 operários são demitidos. No dia 3, a paralisação acaba.

“A ditadura dos patrões põe seu aparelho de repressão para esmagar o movimento. A burguesia jogou sua polícia contra nós, interveio no sindicato, prendeu e espancou dezenas de companheiros. (...) soldados ocuparam as fábricas.” (Combate nº 14)

“Ao mesmo tempo em que os operários se organizam e lutam pelos seus direitos, a ditadura dos patrões põe seu aparelho de repressão para esmagar o movimento. Isso ficou claro uma vez mais. A burguesia jogou sua polícia contra nós, interveio no sindicato, prendeu e espancou dezenas de companheiros. (...) Até hoje, as tropas policiais estão vigiando as fábricas maiores.” (Combate nº 14)

“Ao mesmo tempo em que os operários se organizam e lutam pelos seus direitos, a ditadura dos patrões põe seu aparelho de repressão para esmagar o movimento. Isso ficou claro uma vez mais quando deflagramos a greve pelos 50%. A burguesia jogou sua polícia contra nós, interveio no sindicato, prendeu e espancou dezenas de companheiros e um padre, além de demitir mais de 150 operários. Antes, durante e depois da greve, milhares de soldados ocuparam as fábricas. Até hoje, as tropas policiais estão vigiando as fábricas maiores.” (Combate nº 14)

Segunda greve de Contagem 2
Informe-Nacional-nº3e4-1968

“O aborto das greves metalúrgicas e bancárias do Rio e S. Paulo colocam um refluxo no movimento após as greves de Minas, Fortaleza e Curitiba,(...) de S. Paulo, Rio, Paraná, que marcaram o mês de setembro. (...) Isso não significa um recesso geral, mas uma pausa.” (Informe Nacional nº 3)

“O aborto das greves metalúrgicas e bancárias do Rio e S. Paulo colocam um refluxo no movimento operário após as greves de Minas, de Fortaleza e Curitiba,(...) de São Paulo, Rio, Paraná e dos trabalhadores de cana, que marcaram o mês de setembro. As perspectivas não apontam possibilidades imediatas de grandes greves. Isso não significa um recesso geral, mas uma pausa até a próxima onda grevista.” (Informe Nacional nº 3)

“O aborto das greves metalúrgicas e bancárias do Rio e S. Paulo colocam um refluxo no movimento operário após as greves da Cidade Industrial de Minas, dos bancários de Minas, de Fortaleza e Curitiba, de outros dois bancos de São Paulo e Rio, de várias empresas de S. Paulo, Paraná e dos trabalhadores de cana, que marcaram o mês de setembro. As perspectivas não apontam possibilidades imediatas de grandes greves. Isso não significa um recesso geral da classe, mas simplesmente uma pausa até a próxima onda grevista.” (Informe Nacional nº 3)

“O ano de 68 assistiu ao ressurgimento do movimento grevista. (...) a classe operária soube encontrar novas formas de ação. (...) As greves da Cidade Industrial, a de Osasco e várias outras expressaram esse avanço.” (Informe nº 4)

“O ano de 68 assistiu ao ressurgimento do movimento grevista. Enfrentando as duras condições da ditadura, a classe operária soube encontrar novas formas de ação para manter a resistência (...) a deflagração das greves a despeito de todo o arrocho. As greves da Cidade Industrial, de Osasco e várias outras expressaram esse avanço.” (Informe Nacional nº 4)

“O ano de 68 assistiu ao ressurgimento do movimento grevista no país. Enfrentando as duras condições da ditadura, a classe operária soube encontrar novas formas de ação para manter a resistência à exploração capitalista. A organização a partir das empresas (...) permitiu a deflagração das greves a despeito de todo o arrocho sobre os sindicatos. As greves da Cidade Industrial, a de Osasco, a dos bancários e várias outras expressaram esse avanço.” (Informe Nacional nº 4)

O AI-5
Informe Nacional nº 3, 1968

O AI-5

O AI-5

O AI-5

Com a repressão crescente, a mídia clandestina apontava o risco de um “golpe dentro do golpe”. Em 13 de dezembro, a ditadura fechou o Congresso.

Com a repressão crescente, já em novembro a mídia clandestina apontava o risco de um “golpe dentro do golpe”. Em 13 de dezembro, a ditadura fechou o Congresso e editou o Ato Institucional n° 5.

Com a repressão crescente, já em novembro a mídia clandestina apontava para o risco de um “golpe dentro do golpe”. Em 13 de dezembro, a ditadura fechou o Congresso e editou o Ato Institucional n° 5.

o avanço das lutas estudantis, (...) obriga a extrema direita a tentar pôr um freio. (…) É visível que se arma um novo golpe. (…) mas mais inquietador foi o ressurgimento do movimento operário e as greves.” (Informe Nacional nº 3)

“A direita retomou a ofensiva nas lutas políticas. O desgaste do regime, com as greves operárias, o avanço das lutas estudantis (...), obriga a extrema direita a tentar pôr um freio. (…) É visível que se arma um novo golpe.”

“A direita retomou a ofensiva nas lutas políticas. O desgaste do regime, com as greves operárias, com o avanço das lutas estudantis, com o crescente descontentamento da pequena burguesia, obriga a extrema direita a tentar pôr um freio a essa situação. (…) É visível que se arma um novo golpe.”

“Foi o crescimento da oposição ao regime que estimulou a ofensiva da direita. Os largos setores da pequena burguesia que viraram para a oposição refletiram-se na força do movimento estudantil. (…) mas mais inquietador foi o ressurgimento do movimento operário e as greves contra o arrocho.” (Informe Nacional nº 3)

“Foi o crescimento da oposição que estimulou a ofensiva da direita. Os largos setores da pequena burguesia (...) o movimento estudantil,(…) mas mais inquietador foi o ressurgimento do movimento operário e as greves contra o arrocho, que tiveram seus pontos altos na Cidade Industrial de Minas e em Osasco.” (Informe Nacional nº 3)

“Foi o crescimento da oposição ao regime que estimulou a ofensiva da direita. Os largos setores da pequena burguesia que viraram para a oposição, em sentido oposto ao de 64, refletiram-se na força do movimento estudantil junto ao povo,(…) mas mais importante e mais inquietador foi o ressurgimento do movimento operário e as greves contra o arrocho, que tiveram seus pontos altos na Cidade Industrial de Minas e em Osasco.” (Informe Nacional nº 3)

“A direita retomou a ofensiva nas lutas políticas. O desgaste do regime, com as greves,

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