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Heleny Ferreira foi estudante de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), e especializou-se em cultura grega e dramaturgia. Em 1962, ela se casou com Ulisses Teles, com o qual teve dois filhos, Francisco e João Vicente. Em 1965 recebeu uma bolsa de estudos do Consulado da França e morou na Europa com o marido e seus filhos até 1967.
Luiz Eduardo Merlino (1948-1971) foi jornalista (trabalhou nos jornais Folha da Tarde e Jornal da Tarde), líder estudantil e militante do POC (Partido Operário Comunista). Foi brutalmente torturado e assassinado por agentes da ditadura militar brasileira. Há versões diferentes para seu desaparecimento, algumas contadas por seus amigos e companheiros, outras por relatos médicos e meios oficiais.
Em 1971, quando tinha 23 anos, voltava de uma viagem que tinha feito a Paris com sua companheira Angela Mendes de Almeida, onde participaram de atividades e reuniões com estudantes, professores, intelectuais e militantes. Ao retornar ao Brasil, em 15 de julho, Merlino que passava pela casa de sua mãe, em Santos (SP), foi abordado por agentes da Operação Bandeirante (Oban) promovida pelo DOI-CODI do II Exército.
A luta de uma mãe em busca de seu filho
Zuzu Angel foi uma das mais importantes estilistas e figurinistas da história da moda no Brasil. Após o desaparecimento de seu filho, Stuart, Zuzu realizou em 1971 um desfile-protesto no consulado brasileiro em Nova York. Suas criações estilísticas incorporaram elementos que denunciavam as arbitrariedades do governo militar.

Vítimas da ditadura
Como acontece hoje com Lula, a história das lutas das organizações populares contra o capital confunde-se com a história das lutas pela libertação de seus militantes jogados aos cárceres, torturados e mortos pela polícia e pela justiça submetidas aos patrões.
Vamos recuperar, neste espaço, a história de algumas lutas memoráveis travadas em defesa de nossos combatentes.
Autodelação premiada e 41-BIS
“Per primi scoprire le insidie”
(Para descobrir primeiro a maldade, lema do DIGOS, organização policial especialista em torturas)
Carlos A. Lungarzo*
Não é impossível, mas é algo de probabilidade quase nula, que alguém possa manter um segredo vital e angustiante de sua vida durante 38 anos. É raríssimo que essa pessoa nunca conte algo a um amigo, a um colega, a uma namorada, a um membro da família (sobretudo quando ela é enorme e todos os irmãos, sobrinhos, primos, etc, são uniti). É difícil que nada disso assome mesmo nos estados de bebedeira. É quase impossível que alguém possa falar falsamente de sua vida, de suas lembranças mais amargas, dos anos de luta, sem se contradizer uma única vez.
Creio que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra perdeu, completamente, o senso de responsabilidade e de discernimento entre “forças” que se contrapuseram, no período da ditadura à qual ele serviu com tanto denodo. Em sua entrevista para o jornal Zero Hora, o coronel, tergiversa e falseia o tempo inteiro, não respondendo de forma objetiva a nenhuma das perguntas da jornalista que o entrevistou.
Dizer que houve excesso dos dois lados, colocando-os em um mesmo patamar, como se fossem forças equiparáveis, é uma inverdade de uma estupidez nunca antes vista neste país.1Ustra deu entrevista à repórter Cleidi Pereira, publicada em 23 de março de 2014 pelo Zero Hora.