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Solidariedade a Genoino, Altman, Assaf e todas as vítimas de ataques sionistas

O ex-deputado José Genoino

Em 22 de janeiro, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) protocolou na Justiça de São Paulo um pedido de abertura de inquérito contra o ex-presidente do PT José Genoino. Junto com a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e a Federação Israelita do Rio de Janeiro (Fierj), a Conib acusa o ex-deputado federal por supostos “crimes de racismo e incitação ao crime”.

Qual o “crime” de José Genoino? Durante uma live no programa Sabadão do DCM, do jornal digital Diário do Centro do Mundo, Genoíno defendeu o Movimento BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções), que organiza mundialmente um boicote a produtos provenientes de assentamentos criados a partir da política expansionista do Estado de Israel em territórios que pertenciam à Faixa de Gaza e à Cisjordânia. Genoino também defendeu o apoio do governo brasileiro ao processo movido pela África do Sul contra Israel por crime de genocídio contra os palestinos em Gaza, ação que tramita na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia. Isso, segundo os acusadores de Genoíno, demonstraria “seu fel, seu ódio, seu antissemitismo”.

Genoino rechaça as acusações da Conib. “Apresento meu repúdio à nota da Conib e afirmo que não sou e nunca fui antissemita. Repudio, também, qualquer tipo de preconceito contra o povo judeu e defendo a existência de dois Estados”, afirmou em nota. “Temos a obrigação de denunciar o genocídio do governo de Israel contra o povo palestino. Tenho defendido, incansavelmente, o cessar-fogo, a paz entre os povos e a solidariedade ao povo palestino.” Ele acrescentou que defende o “boicote às empresas que apoiam o governo de Israel na guerra contra o povo palestino”.

Para entender o que acontece na Palestina

Imagem de Leon Ferrari para artigo de Osvaldo Coggiola sobre a Palestina

Apesar do esforço da grande imprensa para mostrar o conflito na Palestina como uma batalha entre mocinhos e bandidos, a realidade é bem mais complicada. Logo depois do corte de fornecimento de água, energia e alimentos para a Faixa de Gaza e do início do bombardeio dos 2 milhões de palestinos presos lá, sob o cerco militar de Israel, o historiador e professor da USP Osvaldo Coggiola escreveu uma análise sobre o nascimento e natureza política do grupo Hamas (responsável pelos ataques aéreos e por terra, os primeiros em solo israelense desde 1973). Nela, ele também analisa a guerra de ocupação da Palestina desde 1948 e mais particularmente nas últimas décadas. Resolvemos repercutir o artigo no nosso site, pois ele é essencial para a compreensão da atual guerra de extermínio.

Unicamp suspende evento depois de ato de protesto

Uma manifestação de várias organizações que apoiam a causa palestina levou a Unicamp a cancelar a “Feira das Universidades Israelenses”, marcada para ontem. Os manifestantes fizeram uma passeata até o local do evento, carregando bandeiras e faixas com mensagens como “Palestina livre” e “Unicamp – território livre de apartheid”. Em seguida se concentraram na frente do prédio da feira e a comissão organizadora decidiu suspender sua realização.

A atividade com as universidades de Israel provocou polêmica desde que foi anunciada, em 17 de março. A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) enviou carta à reitoria da Unicamp em que pedia seu cancelamento e ainda que a universidade se declarasse um “espaço livre de apartheid”. Entidades representativas dos professores, dos servidores e dos estudantes apresentaram moções pela não realização da feira e o Coletivo Anura, de pessoas asiáticas (amarelas e marrons) da Unicamp, criou um abaixo-assinado para reforçar a posição.

Fepal pede cancelamento de Feira das Universidades Israelenses

A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) pediu à Unicamp que cancele a “Feira das Universidades Israelenses”, marcada para dia 3 de abril. Em carta ao reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, a Fepal argumenta que a realização dessa feira no campus associa a universidade à “promoção do regime de apartheid” que Israel impõe ao povo palestino. “A justa reputação da Unicamp não pode ser manchada por associação aos crimes de lesa-humanidade de Israel na Palestina.”

O presidente da Fepal, Ualid Rabah, afirmou que a Unicamp precisa escolher entre apoiar um regime segregacionista, expansionista, violento e avesso aos direitos humanos mais básicos ou respeitar a própria trajetória histórica de defesa dos direitos humanos. “Se a Unicamp mantiver esta feira, estará não apenas legitimando o apartheid israelense sobre o povo palestino, mas admitindo que a humanidade pode tolerar o apartheid e outros crimes de lesa-humanidade, todos presentes na Palestina e praticados por Israel, como aceitáveis em qualquer parte do mundo, talvez até aqui, contra parcelas do povo brasileiro”, advertiu.

Não à tecnologia para o apartheid!

Campanha No Tech For Apartheid

A partir de uma carta de protesto de funcionários do Google e da Amazon, mais de 40 organizações de defesa da causa palestina e dos direitos humanos lançaram a campanha No Tech For Apartheid, para que as duas empresas voltem atrás em um contrato para fornecer tecnologia em nuvem ao governo de Israel e às suas forças armadas.

Na carta aberta, os funcionários argumentam que o chamado projeto Nimbus permitirá a ampliação da vigilância sobre os palestinos e facilitará a expansão dos assentamentos israelenses ilegais na Faixa de Gaza, o que faz da Amazon e do Google cúmplices das violações dos direitos humanos dos palestinos pelo governo israelense.

Cemap-Interludium se junta à campanha e chama todas e todos a fazerem o mesmo, incluindo seu nome no abaixo-assinado que está no site No Tech For Apartheid e divulgando a campanha em suas mídias sociais – no site é possível baixar imagens e gráficos.

Futuros Possíveis #02: Palestina, com Rawa Alsagheer

Com foco na Palestina, o podcast “Futuros Possíveis” lançou sua segunda edição no domingo. Os professores Danilo Nakamura e Danilo Heitor entrevistam a cineasta, ativista e professora Rawa Alsagheer, refugiada palestina que hoje vive no Brasil. Mais do que falar sobre alguma ideia de futuro para a Palestina, Rawa fala do movimento pela recuperação de uma terra perdida pela força, do direito de retorno, da situação das mulheres palestinas, do silêncio criminoso da mídia e de que como é ser uma refugiada palestina, como é viver o sonho de voltar a um país em que nunca esteve.

O que provocou a nova onda de violência em Gaza e Jerusalém

A tentativa de expulsão de moradores palestinos do bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, para dar lugar a colonos israelenses foi o estopim para uma nova onda de violência na região.

Os ataques das forças militares de Israel já deixaram mais de 192 mortos na Faixa de Gaza, entre eles 92 mulheres e crianças. Israel registrou 10 mortos por ataques do Hamas, inclusive duas crianças.

Em um vídeo para o canal da Carta Capital no Youtube, o professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) Reginaldo Nasser explica por que nem mesmo o fim do atual conflito vai solucionar a questão dos refugiados palestinos e da ocupação israelense na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.