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Unicamp suspende evento depois de ato de protesto

Uma manifestação de várias organizações que apoiam a causa palestina levou a Unicamp a cancelar a “Feira das Universidades Israelenses”, marcada para ontem. Os manifestantes fizeram uma passeata até o local do evento, carregando bandeiras e faixas com mensagens como “Palestina livre” e “Unicamp – território livre de apartheid”. Em seguida se concentraram na frente do prédio da feira e a comissão organizadora decidiu suspender sua realização.

A atividade com as universidades de Israel provocou polêmica desde que foi anunciada, em 17 de março. A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) enviou carta à reitoria da Unicamp em que pedia seu cancelamento e ainda que a universidade se declarasse um “espaço livre de apartheid”. Entidades representativas dos professores, dos servidores e dos estudantes apresentaram moções pela não realização da feira e o Coletivo Anura, de pessoas asiáticas (amarelas e marrons) da Unicamp, criou um abaixo-assinado para reforçar a posição.

Mas em 28 de março o reitor Antonio José de Almeida Meirelles comunicou que manteria a feira, durante uma sessão do Conselho Universitário. Fepal, Aruna e outras organizações decidiram então chamar a manifestação. Ontem, em nota, a reitoria da Unicamp confirmou que a feira deixou de ser realizada por conta dos protestos.

“Foi uma manifestação pacífica, convocada por uma série de organizações”, resumiu o presidente da Fepal, Ualid Rabah. “A única coisa da Fepal é um documento, com quatro ou cinco folhas, enviado à reitoria onde pedimos o cancelamento da feira.”

Na carta à reitoria, a Fepal argumentou que a realização da feira no campus ligaria a universidade à “promoção do regime de apartheid” que Israel impõe ao povo palestino. “A justa reputação da Unicamp não pode ser manchada por associação aos crimes de lesa-humanidade de Israel na Palestina.”

O documento cita trabalhos de relatores especiais da Organização das Nações Unidas (ONU) e das principais ONGs de defesa dos direitos humanos que descrevem as práticas de Israel na Palestina como um sistema de apartheid contra o povo palestino. Também lista resoluções da ONU não cumpridas por Israel até hoje. E aponta que as próprias universidades anunciadas como participantes da feira têm fortes ligações com a construção do regime de apartheid.

“Se a Unicamp mantiver esta feira, estará não apenas legitimando o apartheid israelense sobre o povo palestino, mas admitindo que a humanidade pode tolerar o apartheid e outros crimes de lesa-humanidade, todos presentes na Palestina e praticados por Israel, como aceitáveis em qualquer parte do mundo, talvez até aqui, contra parcelas do povo brasileiro”, advertiu Rabah no dia 23, ao anunciar o envio da carta à reitoria.

* Imagens e informações da página do Facebook da Fepal e informações do G1 – Campinas e região.

Publicado em:direitos humanos,Palestina

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