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Incêndio no Arquivo Nacional

O prédio do Arquivo Nacional, no Rio

Foi um susto. Mais um daqueles que passamos nestes anos de desgoverno. Sábado, madrugada, os bombeiros são chamados para apagar um incêndio no Arquivo Nacional, no Rio. Desta vez não tivemos de sofrer com outra tragédia de destruição da memória do Brasil. O foco foi contido, ninguém se feriu ou morreu, o acervo documental não foi afetado, não houve danos sérios à estrutura do complexo arquitetônico.

Ufa? Não, sem ufas: este é mais um caso de negligência do governo com as instituições de cultura do país. Como no incêndio do Museu Nacional, em 2018, e o do galpão da Cinemateca Brasileira, em julho do ano passado, existe uma combinação de falta de verbas, obras estruturais a passo de tartaruga, quando existem, e gestão marcada pelo descaso e pela falta de profissionalismo.

Cedem com novo Conselho Consultivo

O Conselho Consultivo do Centro de Documentação e Memória (Cedem) da Unesp está de cara nova. A partir de agora, ele passa a ser integrado por representantes das áreas da universidade que têm relação direta com a questão dos acervos. E, pela primeira vez, as entidades responsáveis pelos fundos documentais e arquivos que estão sob custódia do Cedem serão representados: nesta gestão, pela diretora-geral de Cemap-Interludium, Lúcia Pinheiro. A mudança, que já era discutida há algum tempo, amplia o caráter participativo do Conselho Consultivo e sem dúvida dará mais dinamismo a seu trabalho de colaborar na definição dos rumos e linhas de ação do Cedem.

Apagando a história: acervo Marighella ameaçado

Como já virou rotina no governo Bolsonaro, o presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, usou as redes sociais para anunciar mais uma das decisões absurdas que marcam sua gestão. Ele escreveu no Twitter que o acervo de Carlos Marighella é “imprestável” e será “excluído” da fundação.

Camargo chamou Marighella de “terrorista comunista” e afirmou que seus textos deviam ser banidos. “A esquerda precisa parar de empurrar estas tranqueiras comunistas para cima dos pretos. Não queremos, muito menos precisamos, de lixo marxista!”, escreveu. O jornalista e escritor Fernando Morais se dispôs a acolher o acervo.

Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher não é uma iniciativa da ONU para homenagear as mulheres. Não é uma ode à feminilidade e às virtudes dessa metade da humanidade. Não é uma invenção do comércio para aumentar as vendas de batom e flores. O Dia Internacional da Mulher é uma jornada de luta, criado pelas trabalhadoras para reafirmar a batalha pelas conquistas de seus direitos.

Feliz Dia Internacional das Mulheres!

Em defesa do Instituto Vladimir Herzog

Logotipo do Instituto Vladimir Herzog

Pela primeira vez em dez anos, o Instituto Vladimir Herzog teve seu planejamento anual rejeitado pela Secretaria de Cultura do governo federal. A rejeição, que não foi acompanhada de nenhum parecer ou justificativa legal, nega recursos para os vários projetos da entidade, uma das mais importantes na área de preservação da memória histórica e na defesa dos direitos humanos. Cemap-Interludium já assinou o manifesto de defesa do instituto e de cobrança do governo e chama organizações dos movimentos sociais, instituições e coletivos a fazerem o mesmo.

Morre Vera Pedrosa, escritora da geração mimeógrafo

Vera Pedrosa

Faleceu na quarta-feira, dia 3, no Rio de Janeiro, a poeta Vera Pedrosa aos 85 anos. Atuante no movimento da poesia marginal, na década de 1970, Vera destacou-se através de sua escrita, publicando livros como Poemas (1964), Perspectivas Naturais (1978), De Onde Voltamos o Rio Desce (1979) e outros.

Na época de suas primeiras publicações, o Brasil se encontrava em pleno regime militar. Após movimentos artísticos como o Tropicália, poetas e escritos criaram a geração mimeógrafo, juntando além de escritores, artistas e professores, o movimento se tornou a nova forma de propagação da cultura, substituindo meios tradicionais de circulação de arte e informação, por meios alternativos influenciados pela contracultura.

Um dicionário dos excluídos da história

Está disponível na internet desde agosto o dicionário biográfico Excluídos da História, publicado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Criado a partir do trabalho de 6.753 estudantes dos últimos anos do ensino fundamental e do ensino médio que participaram da 11ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), em 2019, o dicionário contém 2.251 verbetes sobre personagens da história do Brasil que nunca ou quase nunca aparecem nos livros didáticos oficiais.