A Articulação Judaica de Esquerda publicou em sua página do Facebook uma nota de indignação e repúdio ao governo israelense e sua ambição de anexar os territórios ocupados na Palestina. “Nós, da Articulação Judaica de Esquerda, coletivo de judeus no Rio de Janeiro, repudiamos o plano do governo de Benjamin Netanyahu e Benny Gantz de anexar os territórios ocupados na Palestina, expandindo as fronteiras de Israel à margem do direito internacional e na direção de uma segregação cada vez maior”, diz a nota.
A manifestação do grupo prossegue:
“Embora sejamos brasileiros, e não israelenses, devemos alertar para o fato de que atitudes de humilhação dos árabes na região, tal como as práticas de colonialismo moderno para assentar judeus fundamentalistas religiosos em dita ‘terra sagrada’, também geram impacto para judeus aqui no Brasil, na forma de generalizações preconceituosas; que nos afligem a todos. Somos favoráveis ao princípio da autodeterminação dos povos, da laicidade do estado, da desmilitarização da vida e da abordagem socialista para os problemas de raízes sociais. Para nós, os recursos gastos com este conflito entre israelenses e palestinos deveriam ser investidos em uma nova abordagem humanista para o problema da violência sectária.”
O colonialismo moderno explicitado pelo coletivo judaico se baseia em três pilares: capitalismo, sociedade colonial e patriarcal. A ideia exposta por diversos estudiosos de que as lutas de libertação anticolonial do século XX colocaram fim ao colonialismo são inválidas, a única diferença é apenas a mudança de forma ou de aspecto ainda violento, e que a nossa dificuldade é sobretudo a de nomear adequadamente este complexo processo de continuidade e mudança social. Segundo o sociológico mexicano Pablo González Casanova: ” ..o colonialismo interno é usado para caracterizar a permanência de estruturas de poder colonial nas sociedades que emergiram no século XIX das lutas de independência das antigas colônias americanas da Espanha.” Este processo se repete de diferentes formas no Saara Ocidental.
Confira a postagem do coletivo na íntegra: NOTA OFICIAL: REPUDIAMOS A ANEXAÇÃO DOS TERRITÓRIOS OCUPADOS NA PALESTINA