Os últimos anos da década de 70 viram renascer um novo movimento sindical. Depois de uma breve ausência que seguiu a brutal repressão às greves de 1968 de Osasco e Contagem, a classe operária voltou à cena em grande estilo, aprofundando a crise da ditadura e questionando os limites da “abertura lenta, gradual e segura” dos ditadores Geisel e Figueiredo. A repressão ao movimento operário e sindical começou logo depois do golpe militar de 1964. O AI-2 de 1965 tornava crime qualquer tipo de protesto ou demonstração pública contra o governo militar e determinava a cassação de direitos políticos de quem deles participava.
Em 1968, o AI-5, o mais brutal dos atos institucionais, nos seus 12 artigos, concedia ao Presidente da República, os poderes de cassar mandatos, intervir em estados e municípios, suspender direitos políticos de qualquer indivíduo e, o mais relevante, decretar recesso do Congresso e assumir suas funções legislativas. O AI-5 também suspendeu o habeas corpus para crimes políticos. Por conseguinte, jornais oposicionistas ao regime militar foram censurados, livros e obras “subversivas” foram retiradas de circulação e vários artistas e intelectuais tiveram de se exilar.