Vito Letizia
O livro de François Chesnais, A Mundialização do Capital, tem sido mal compreendido. É visto, em geral, como obra de crítica ao neoliberalismo. E, como tal, é jogado na vala comum da esquerda neokeynesiana que domina amplamente o antineoliberalismo.
François Chesnais não é neokeynesiano. Não está preocupado com sugestões para que o capitalismo retome um “desenvolvimento sustentado”. Limita-se a dissecar o capitalismo da atualidade, usando uma metodologia marxista sem concessões, para demonstrar o caráter destrutivo das forças econômicas desencadeadas com a virada thatcherista, a partir dos anos 1980.
Não é, portanto, uma crítica às políticas neoliberais. É uma crítica ao capitalismo de hoje. Ao próprio sistema.