O livro A revolta de 1936-1939 na Palestina, de Ghassan Kanafani, será o tema dos próximos encontros do Grupo de Leitura, em três quartas-feiras a partir do dia 20, sempre às 19 horas. A análise detalhada de Kanafani lança luz sobre um dos momentos mais importantes da luta do povo palestino e é fundamental para todas e todos que queiram compreender a questão palestina.
Categoria: memória
Faz exatamente 90 anos que aconteceu a “batalha da Sé”, entre militantes da Frente Única Antifascista (FUA) e da Ação Integralista Brasileira. O confronto armado deixou um morto, o militante comunista Décio de Oliveira. A debandada dos integralistas, que eram apelidados de “galinhas verdes” por causa da cor de seus uniformes, ficou conhecida também como “a revoada dos galinhas verdes”.
A importância desse confronto vem do fato de comunistas, trotskistas, socialistas e anarquistas terem se unido na FUA, num momento em que os partidos comunistas de todo o mundo obedeciam às ordens de Moscou, de evitar esse tipo de aliança. Meses antes, os comunistas alemães haviam se recusado a fazer aliança com os social-democratas; o resultado é que o partido com mais votos, o nacional-socialista, acabou sendo encarregado de formar o novo governo alemão, e instaurou uma ditadura logo em seguida.
O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo promove hoje um ato de lançamento do livro Eu só disse meu nome, que narra a história de Alexandre Vannucchi Leme, estudante torturado e morto pela ditadura militar em 1973. A repercussão de sua morte e a tentativa dos militares de acobertá-la acabou por se transformar na primeira grande manifestação de repúdio à ditadura desde o Ato Institucional nº 5, em 1968.
O jornalista e escritor Camilo Vannuchi, autor do livro, e o diretor da Oboré, Sérgio Gomes, participarão de um bate-papo no lançamento, que começará às 19 horas, na sede do sindicato, na rua Rego Freitas, 530 – sobreloja, próximo ao Metrô República, no centro de São Paulo.
É com muita tristeza que recebemos a notícia da morte do companheiro Cláudio Soares, diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo. Militante de uma vida inteira por um mundo sem exploração e sem opressão, Cláudio era uma pessoa afável, que sempre se destacou pela paciência, pela generosidade e por uma enorme capacidade de trabalho. No ano passado, ele doou ao Cemap seu acervo de jornais, artigos, panfletos e outros documentos reunidos ao longo de seus muitos anos de militância.
O Instituto Fernando Tristão Fernandes lançou nesta sexta-feira o portal “Voz Humana – os arquivos sonoros de presos políticos”, que reúne mais de 10 mil horas de gravações de julgamentos de presos políticos no Superior Tribunal Militar (STM) entre 1975 e 1979, durante a ditadura. O lançamento foi feito no seminário “Ditadura nunca mais, democracia sempre!”, promovido pela Comissão de Justiça de Transição e Memória da Ordem dos Advogados do Rio de Janeiro (OAB-RJ).
Como já virou rotina no governo Bolsonaro, o presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, usou as redes sociais para anunciar mais uma das decisões absurdas que marcam sua gestão. Ele escreveu no Twitter que o acervo de Carlos Marighella é “imprestável” e será “excluído” da fundação.
Camargo chamou Marighella de “terrorista comunista” e afirmou que seus textos deviam ser banidos. “A esquerda precisa parar de empurrar estas tranqueiras comunistas para cima dos pretos. Não queremos, muito menos precisamos, de lixo marxista!”, escreveu. O jornalista e escritor Fernando Morais se dispôs a acolher o acervo.
Tatiana Merlino
Um “revolucionário de veludo”. Foi assim que um amigo definiu Luiz Eduardo Merlino, meu tio, jornalista e militante que não pude conhecer porque foi morto em 1971, aos 23 anos, em decorrência das torturas comandadas por Carlos Alberto Brilhante Ustra durante a ditadura civil-militar. Pego emprestada a expressão “revolucionário de veludo”, no entanto, para descrever Alípio Freire, meu amigo que morreu na quinta-feira passada, 22 de abril, de covid-19.