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‘Só a união latino-americana permite enfrentar o império’, diz Chávez

Nesta entrevista a José Arbex Jr., publicada pela revista “Caros Amigos” em 2004, o dirigente político sul-americano Hugo Chávez nos oferece a oportunidade de entender as profundas transformações políticas e sociais colocadas em marcha na Venezuela nos últimos 20 anos pelo Movimento Bolivariano, seu forte apoio popular e o ódio que provoca na elite social e política do país, subserviente fiel dos interesses norte-americanos.

Sua morte prematura, no dia 5, inaugura uma nova etapa no processo político do país vizinho, com impactos importantes na América do Sul. Nas ruas, praças e avenidas de cada cidade venezuelana há manifestações de dor e pesar pela morte de Chávez. Num futuro não muito distante, seja por conta do processo eleitoral seja para preservarem e ampliarem conquistas sociais, políticas e econômicas, ocuparão esses mesmos espaços públicos na defesa da democracia e da independência nacional. Estamos com eles na dor e na luta.

O golpe no Paraguai

No plano das aparências mais externas, a deposição sumária do presidente Fernando Lugo, decidida em menos de 36 horas, entre 21 e 22 de junho, foi consequência da morte de 17 policiais e trabalhadores rurais, em tiroteio durante um despejo de sem-terras em uma fazenda de Curuguaty, cuja propriedade é disputada pelo Estado e o latifundiário Blas Riquelme, ex-presidente do Partido Colorado. Entre os 17 mortos está Erven Lovera, chefe do Grupo Especial de Operações (GEO), treinado por oficiais dos Estados Unidos em operação nos marcos do Plano Colômbia (detalhe que não é secundário, como se verá um pouco mais adiante).

Em segundo plano, não tão visível, mas ainda assim bastante óbvio para qualquer observador minimamente atento, o impeachment foi resultado de uma articulação da direita paraguaia, incluindo os tradicionais rivais “colorados” e “liberais”, para afastar da Presidência um “estranho no ninho”: Lugo era um bispo formado pela Teologia da Libertação e eleito, em 2008, por uma vasta frente de organizações e grupos políticos que percorriam todas as faixas do espectro ideológico, de movimentos sociais e de indígenas ao Partido Liberal (representado pelo vice de Lugo, Federico Franco, o qual assumiu a Presidência após a deposição do titular).

O pensamento crítico na América Latina relacionado às lutas de libertação nacional

O presente artigo busca resgatar o conteúdo anticapitalista do pensamento crítico marxista na América Latina criado historicamente a partir dos processos de luta e resistência da classe trabalhadora no continente a partir do entendimento de que o desenvolvimento das contradições que movem o processo histórico da América Latina se deu de maneira diferente do processo histórico do continente europeu. O desenvolvimento das contradições na América coloca para o pensamento crítico próprio do continente o tema da libertação nacional, fundamental para a maior parte dos povos, que não era uma proposição original de Marx.