Para quem perdeu: a palestra do economista Ladislau Dowbor já pode ser acessada no canal da TV-PUC no Youtube. No dia 20, na PUC, Dowbor falou sobre a necessidade de resgatar a função social da economia neste momento em que o trabalho e a própria vida das pessoas está cada vez mais precarizada. Ele descreveu os impactos da financeirização mundial e das mudanças tecnológicas para a sociedade e discutiu como os movimentos sociais e políticos se veem obrigados a mudar suas formas de organização para reagir.
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A financeirização, o papel central das mudanças tecnológicas e o que se convencionou chamar de economia das plataformas têm um forte impacto em todo o mundo e afastam cada vez mais a economia de sua função social. Os movimentos sociais e políticos se veem obrigados a mudar suas formas de organização para reagir. No dia 20 de abril, a convite de Cemap-Interludium, o economista Ladislau Dowbor, professor de Ciências Econômicas da PUC-SP, dará uma palestra para discutir essas questões e como resgatar a função social da economia.
Foi muito bom o debate que Cemap-Interludium promoveu no dia 28 no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, como parte da nossa homenagem pelos dez anos da morte de Vito Letizia. A discussão sobre o momento político do país se ampliou para uma avaliação mais geral dos erros e acertos da esquerda e do PT desde a campanha das Diretas-Já, com intervenções muito incisivas do ex-deputado federal José Genoino, da professora da Faculdade de Educação da USP Selma Rocha e do historiador Danilo Nakamura, membro da nossa oscip.
O encontro também teve uma participação emocionante de Cida Duran, mulher e companheira de toda a vida de Vito Letizia, e de Renato Garcia, sobrinho do nosso professor.
Temos uma democracia hoje? É possível reverter o tremendo estrago que o governo Bolsonaro provocou? Quais são as perspectivas para os trabalhadores? Cemap-Interludium promoverá um debate sobre essas questões no dia 28, na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, com a participação do ex-deputado federal José Genoino e do deputado federal Paulo Teixeira, além do historiador Danilo Nakamura.
O encontro faz parte da homenagem aos 10 anos da morte de Vito Letizia, fundador do coletivo Interludium e um dos responsáveis pela criação do Centro de Estudos do Movimento Operário Mário Pedrosa (Cemap) nos anos 1980. A ideia é discutir o que acontece no país a partir das análises reunidas no livro Contradições que movem a história do Brasil e do continente americano, o primeiro da série “Diálogos com Vito Letizia”.
Nota de leitura sobre o livro recém-lançado de Angela Mendes de Almeida.
Isabel Loureiro
Cada crise engendra não só um novo futuro, mas um novo passado.
“O fundo do ar é vermelho”, Chris Marker
Neste pesadelo em que a roda da história girou algumas décadas para trás, assistimos ao retorno do fascismo e ao revival midiático de seu irmão siamês, o stalinismo. Nas redes sociais pulula a defesa da Rússia, da Coreia do Norte, da China como países supostamente socialistas. E o mesmo acontece com a antiga URSS: os gulags e a violência contra os adversários políticos são justificados – vistos como mal menor na construção da “pátria socialista” contra o imperialismo norte-americano –, prova provada de que a ideia de aperfeiçoamento contínuo da humanidade não passa de ilusão.
É bem verdade que o desejo de retorno a uma mítica idade de ouro comunista que nunca existiu, por parte de uma parcela da juventude de esquerda que se autodenomina revolucionária, decorre do desespero ante a barbárie capitalista, acentuada com a pandemia de covid-19, e também do desencanto com a tibieza da esquerda reformista e de suas políticas de gestão do capitalismo. Ao mesmo tempo existem tentativas sérias de jovens militantes de organizações marxistas-leninistas de atualizar a política de Lenin, fazendo uma releitura das ideias de vanguarda revolucionária e de centralismo democrático, que, como sabemos, sempre foi mais centralista que democrático. Este livro, ao mostrar os impasses a que levou o autoritarismo comunista, é imprescindível para todos eles.
Com foco na Palestina, o podcast “Futuros Possíveis” lançou sua segunda edição no domingo. Os professores Danilo Nakamura e Danilo Heitor entrevistam a cineasta, ativista e professora Rawa Alsagheer, refugiada palestina que hoje vive no Brasil. Mais do que falar sobre alguma ideia de futuro para a Palestina, Rawa fala do movimento pela recuperação de uma terra perdida pela força, do direito de retorno, da situação das mulheres palestinas, do silêncio criminoso da mídia e de que como é ser uma refugiada palestina, como é viver o sonho de voltar a um país em que nunca esteve.
A crise da pandemia de covid-19 se estendeu para todas as esferas da vida pública e expôs as fragilidades e inconsistências do modelo capitalista. Essa tese guia a coletânea de ensaios organizada pelos historiadores Soleni Biscouto Fressato e Jorge Nóvoa, Soou o Alarme: a crise do capitalismo para além da pandemia.
O livro recém-lançado pela Editora Perspectiva reúne autores de diversas áreas das ciências sociais e vários países – Brasil, Argentina, França, Espanha e México – que abordam de modo crítico os problemas que a pandemia trouxe à tona e o que significam para o futuro do planeta. Eles apontam a necessidade de rever o modelo capitalista que, com sua narrativa do crescimento contínuo, perene e a qualquer custo, empurra cada vez mais pessoas para situações de extrema vulnerabilidade ao mesmo tempo em que esgota recursos naturais e aprofunda uma crise climática sem precedentes.