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Acumulação de capital e desigualdades

Esta tese nos leva a questionar a sustentabilidade da acumulação chinesa e a apontar os elementos que esse país tem em comum com o Brasil. A dinâmica do processo de acumulação na China e no Brasil é considerada a partir do comportamento de empresas nacionais e estrangeiras, bem como da estrutura socioeconômica desses dois países. Primeiramente, apresentamos as características da evolução histórica da China para compreender melhor a situação atual. Destacam-se, assim, as razões pelas quais o desenvolvimento econômico se deu de maneiras distintas na China e no Brasil, bem como sua articulação historicamente diferenciada com o sistema capitalista mundial.

Em segundo lugar, salientamos o fenômeno que mais parece aproximar a situação econômica da China da do Brasil hoje: a importância das desigualdades. Enquanto o peso da desigualdade parece dificultar a acumulação brasileira, a China mantém uma taxa bruta de formação de capital fixo superior a 40%. Depois de um estudo da evolução histórica dos sistemas produtivos chinês e brasileiro, o estudo se concentra principalmente nos impasses aos quais seu modo de acumulação pode levá-los.

Em resumo, trata-se de entender, na comparação com a economia brasileira, os obstáculos que se colocam à frente para a China e de questionar a tese segundo a qual os “países periféricos” podem constituir uma ameaça para as “economias centrais”. Muitos pelo contrário, os obstáculos com que o processo de acumulação corre o risco de se deparar, tanto nos países do Centro quanto nos da Periferia, se devem às características específicas do modo de produção capitalista e são inerentes ao seu funcionamento.

Accumulation du capital et inégalités: une approche comparée Chine/Brésil

Cette thèse conduit à nous interroger sur le caractère soutenable de l’accumulation chinoise, et à insister sur les éléments que ce pays comporte en commun avec le Brésil. La dynamique du processus d’accumulation de la Chine et du Brésil est envisagée à partir du comportement des entreprises nationales et étrang.res, ainsi que de la structure socio-économique de ces deux pays. Dans un premier temps, nous présentons les caractéristiques de l’évolution historique de la Chine afin de mieux comprendre la situation actuelle. Sont alors mises en évidence les raisons pour lesquelles le développement économique s’est réalisé de manière distincte en Chine et au Brésil, ainsi que son articulation historiquement différenciée avec le système capitaliste mondial.

Ensuite, nous insistons sur le phénomène qui semble rapprocher le plus aujourd’hui la situation économique de la Chine de celle du Brésil: l’importance des inégalités. Alors que les inégalités semblent aujourd’hui peser sur l’accumulation brésilienne, la Chine maintient un taux de formation brute de capital fixe supérieur à 40%. Après une étude de l’évolution historique des appareils productifs chinois et brésiliens, l’accent est mis essentiellement sur les impasses vers lesquelles leur mode d’accumulation risque de les mener.

Pour résumer, il s’agit de comprendre, à l’aune de l’économie brésilienne, les blocages vers lesquels la Chine se dirige, et de remettre en cause la thèse selon laquelle les pays de la Périphérie peuvent constituer une menace pour les économies du Centre. Bien au contraire, les blocages auxquels risque de se confronter le processus d’accumulation, aussi bien dans les pays du Centre que dans ceux de la Périphérie, sont dus aux caractéristiques propres du mode de production capitaliste, et sont inhérents au fonctionnement de celui-ci.

Leia a tese de doutorado em Ciências Econômicas de Mylène Gaulard, apresentada em novembro de 2008 à Universidade Paris I Panthéon-Sorbonne:

Accumulation du capital et inégalités: une approche comparée Chine/Brésil


Publicado em:teoria

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