Há 40 anos, mais de 150 mil metalúrgicos tomaram o estádio da Vila Euclides em São Bernardo do Campo (ABC). Nesse período atravessado por sucessivas paralisações nos anos anteriores, a deflagração da ditadura militar implantada em 1964 abriu caminho pela luta por direitos trabalhistas, aumento salarial e melhores condições de vida. Assim, diante de uma conjuntura danosa aos operários, nasceu uma das maiores mobilizações do país até então.
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Os últimos anos da década de 1970 viram renascer um novo movimento sindical. Depois da ausência que se seguiu à brutal repressão às greves de 1968 de Osasco e Contagem, a classe operária voltou à cena em grande estilo, aprofundando a crise da ditadura e questionando os limites da “abertura lenta, gradual e segura” dos ditadores Geisel e Figueiredo.
Em 1968, duas greves de metalúrgicos puseram pela primeira vez em xeque a mordaça imposta pela ditadura militar. Mesmo reprimidas, as greves de Contagem e Osasco foram um marco na história do movimento operário brasileiro, ao introduzir um modelo de organização dos sindicatos pela base e defender a autonomia sindical frente ao Estado. A decretação do AI-5 provocou um longo intervalo de submissão dos sindicatos, mas não apagou suas lições; dez anos depois, elas foram a base da oposição sindical que emergiu em todo o país.
O golpe na democracia brasileira viria para quebrar de vez este movimento de crescimento de lutas classistas e de conquistas de direitos
Juarez Guimarães
Como num cassino macabro, os grandes grupos financeiros estão especulando e apostando abertamente no fim da democracia brasileira. Como se noticiou no UOL, no jargão do mercado, a partir das manifestações pró-impeachment do dia 13 de março e da avaliação de um iminente desmoronamento da coalizão governista no Congresso Nacional, o “cenário-base” que prevê a derrubada do governo Dilma estaria na ordem de possibilidade de 65% a 75% entre os analistas de grandes instituições de consultoria financeira. O dólar flutua para baixo e as bolsas para cima, ao sabor das especulações.
Pelo fim da compatibilização das matrículas
Uma das reivindicações da pauta de negociação da greve dos professores municipais é o retorno da matrícula às escolas e o fim do sistema de compatibilização iniciado em 2011, com o Sistema de Cadastro de Matrículas de Alunos que o então prefeito Kassab implantou nas escolas municipais. Os professores entendem que o atual governo tem o compromisso político de reverter o prejuízo que a compatibilização tem causado aos filhos da classe trabalhadora que procuram a escola pública e não podem ter seus direitos negligenciados.
Os motivos da greve escondidos na chamada ‘guerra de informação’
Danilo Chaves Nakamura*
Os professores da rede municipal de São Paulo estão em greve desde o dia 3 de maio. A greve vem se arrastando há quase 15 dias, deixando mais de 900 mil alunos e inúmeras famílias numa incerteza. De um lado, os professores reclamam por melhores salários, condições de trabalho e cumprimento de acordos firmados nas gestões passadas. De outro, a Secretaria de Educação, chefiada por Cesar Callegari, vem tentando deslegitimar a greve, dizendo que ela é “abusiva” e “manipulada” pelo sindicato. Em entrevista a rádio CBN, o secretário falou que está diante de uma “guerra de informações”. Se “guerra de informação” significa o uso da mídia para vencer o adversário a qualquer custo, podemos dizer que os ataques da Secretaria de Educação começaram no mês passado.
Daniel Arruda Nascimento*
Neste artigo, o professor Daniel Arruda Nascimento publica o discurso que fez em 27 de março, na solenidade de posse da nova diretoria eleita do Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, unidade da Universidade Federal do Piauí (UFPI) em Picos. Ao narrar o movimento que levou à eleição de uma chapa de oposição, Daniel faz uma reflexão sobre as experiências revolucionárias da greve de professores universitários brasileiros, particularmente em uma universidade do sertão piauiense.