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Debate: Diálogos com Vito Letizia 3

Lançamento de 2017: Uma revolução confiscada
Lançamento de 2017: Uma revolução confiscada
Lançamento de 2017: Uma revolução confiscada

Os vídeos do lançamento de ‘1917: Uma revolução confiscada’

1917: Uma revolução confiscada, que encerra a série Diálogos com Vito Letizia, foi lançado em 25 de outubro de 2017, com um debate no Centro de Documentação e Memória (Cedem) da Unesp, no centro de São Paulo. A historiógrafa do Cedem Solange Souza e a presidente do Cemap-Interludium, Lucia Pinheiro, fizeram a apresentação do debate, que teve como expositores a professora doutora Isabel Loureiro, colaboradora da Fundação Rosa Luxemburgo e membro do conselho científico da Sociedade Internacional Rosa Luxemburgo, e o professor doutor José Arbex, professor do Departamento de Jornalismo da PUC-SP e integrante do Cemap-Interludium. Confira os vídeos do debate.

Complementos de ‘1917: Uma revolução confiscada’

Cartaz do livro 1917: uma revolução confiscada

Ao preparar as entrevistas que deram origem ao livro 1917: Uma Revolução Confiscada, Vito Letizia organizou dois roteiros históricos para usar como guias de sua narrativa.

O projeto inicial do livro, lançado em 25 de outubro, previa a inclusão dessas cronologias e de um anexo, também resultado das entrevistas, sobre o papel essencial da Igreja Ortodoxa e da religião na formação da identidade russa (Do “canato” de Moscou até a Revolução de Outubro: identidade religiosa, identidade nacional). Posteriormente, decidiu-se não publicá-los com o livro, mas colocá-los à disposição do leitor no site de Cemap-Interludium.

Cronologia 2 de ‘1917: Uma revolução confiscada’

O processo revolucionário russo

1917

Janeiro-fevereiro – O número de greves na Rússia chega a 1.330, envolvendo mais de 676 mil trabalhadores. A fome e a insatisfação com a guerra levam a população às ruas em Petrogrado e Moscou. Multidões marcham cantando a Marseillaise, o hino da Revolução Francesa, e gritando “abaixo a guerra”, “abaixo a polícia”, “fuzilem os especuladores”. Na Nevsky Prospekt, principal via de Petrogrado, um manifestante bolchevique testemunha e relata a recusa de soldados a reprimir um protesto: “Ouviu-se estrondoso aplauso. A multidão triunfante saudou seus irmãos vestidos com a capa cinzenta da soldadesca. Os soldados se misturaram livremente aos manifestantes.”

Diálogos com Vito Letizia 3

Cemap-Interludium lança “1917: Uma revolução confiscada”

Capa do livro 1917: uma revolução confiscada

No livro 1917: Uma revolução confiscada, Vito Letizia apresenta uma nova narrativa para a Revolução Russa. Vito, materialista rigoroso, analisa e descreve o desenvolvimento dos acontecimentos como resultado das contradições materiais existentes e da tentativa de superá-las. Ao mesmo tempo, ele resgata e coloca no contexto dessas contradições os aspectos culturais, históricos e religiosos da história russa, aos quais dá grande importância. O livro será lançado em 25 de outubro, com um debate às 18h30 no Centro de Documentação e Memória (Cedem) da Unesp.

O termidor da Revolução Russa

Toda revolução, no sentido próprio do termo (adquirido a partir da Revolução Francesa), é uma crise de dominação de uma classe social. O conjunto de acontecimentos que constituem tal crise põe em movimento um processo de derrubada de uma classe social dominante. Evidentemente, tal tendência pode não se realizar e a dominação em vigor pode sobreviver à crise; ou pode se realizar a meias, dando origem a uma dominação renovada, em que parte das classes sociais antes subalternas passa a partilhar o poder com parte da classe previamente dominante (como ocorreu na Revolução Inglesa). Mas no caso em que a revolução se desenvolve até suas últimas consequências há uma mudança qualitativa nas relações de dominação, trazida pelo exercício do poder por uma nova classe social.

Marx, os marxistas e a relação sindicato-partido-socialismo: seu passado e seu futuro

Passeata na Ladeira do Carmo, na greve geral de 1917
A Ladeira do Carmo tomada de trabalhadores na greve geral de 1917.

Vito Letizia

Escrito em julho de 2004, este artigo analisa o papel dos sindicatos, partindo da visão de Marx, e faz “um apanhado das principais orientações apresentadas aos trabalhadores ao longo da história de suas lutas”, com o objetivo de recolocar a discussão dentro do contexto atual.

Introdução

Após a queda do muro de Berlim multiplicam-se as teorias que defendem “um novo papel” para os sindicatos: o sindicalismo “moderno” deveria ser mais “construtivo” e propor soluções “viáveis” nas negociações trabalhistas; deveria considerar os patrões sob um ângulo mais “positivo” e aprender a reivindicar pensando também na empresa.

Segundo o “consenso” martelado pela mídia, a história teria provado que é falsa a teoria marxista, que afirma o antagonismo de interesses entre empregados e patrões. Aliás, o marxismo como um todo seria um grande equívoco. Prova: a tentativa de aplicá-lo na URSS fracassou. Mas e o capitalismo? Fracassou ou é bem-sucedido? Sobre a tentativa de fazer o capitalismo gerar uma sociedade de bem-estar, o que os “modernizadores” capitalistas têm a dizer? Mesmo supondo que, na URSS tenham tentado honesta e escrupulosamente aplicar o marxismo isso não prova a invalidade ou validade da análise marxista sobre o capitalismo. Pela simples razão de que uma boa análise do capitalismo não precisa ser, ao mesmo tempo, uma receita de socialismo. Além disso, a validade do que Marx diz sobre as relações de trabalho no capitalismo não depende da validade de tudo que ele diz sobre o sistema em geral.

Realidade e opinião sobre a URSS: no apogeu e após a queda

Um exame crítico da visão da esquerda sobre a URSS nos anos 1940, a partir de uma palestra de Mário Pedrosa.

Vito Letizia

Em 1946 o jornal “Vanguarda Socialista”, criado por um grupo de militantes ex-comunistas e ex-trotskistas, publicou uma série de palestras sobre a Revolução Russa e seus resultados, pronunciadas por Mário Pedrosa, jornalista e crítico de arte, antigo militante do Partido Comunista, depois da Oposição de Esquerda fundada por Trotsky, com a qual rompera em 1939.

Vale a pena comparar a impressão causada pela URSS triunfante do tempo de Stalin, mesmo entre militantes anti-stalinistas como Mário Pedrosa, com a perplexidade geral de hoje ante o desmoronamento inesperado daquela potência aparentemente imbatível.