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Campanha Lula Livre

Campanha Lula Livre 1

Todo apoio aos comitês Lula Livre

No sábado, o Encontro Nacional Lula Livre definiu a nova etapa da campanha pela libertação do ex-presidente. Entre as principais decisões estão o reforço e ampliação dos Comitês Lula Livre, a participação nos atos do Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, nesta sexta-feira, e a organização de uma jornada de luta de 7 a 10 de abril, para marcar o aniversário de um ano da prisão de Lula. No dia 20, saiu o primeiro boletim da campanha Lula Livre. Cemap-Interludium dá todo o apoio aos Comitês Lula Livre e à campanha pela libertação do ex-presidente.

É permitido enganar um povo?

Emmanuel Nakamura

A essa pergunta Hegel tinha uma resposta paradoxal:

“Um povo não se deixa enganar acerca da sua base substancial, da essência e do caráter determinado do seu espírito, mas que ele é enganado por si mesmo acerca do modo como ele sabe desse espírito e como julga as suas ações, os acontecimentos, etc., segundo esse modo.”1HEGEL, G. W. F. Grundlinien der Philosophie des Rechts oder Naturrecht und Staatswissenschaft im Grundrisse. GW 14,1. Hamburg: Felix Meiner: 2009, § 317 (Tradução de Marcos Lutz Müller). Aceitar essa resposta de Hegel significa ter como ponto de partida indivíduos livres e emancipados que não precisam nem aceitam nenhum tipo de tutela: um povo não se deixa enganar, ele engana a si mesmo. Logo as instituições sociais e políticas são um resultado de suas próprias ações e da maneira como as julga.

Hoje em dia, o cidadão médio brasileiro tem como bandeira libertar o Brasil da corrupção. Ele não tem nenhum interesse concreto, apenas uma ideia puramente abstrata de justiça vingativa que é uma segunda lesão ao direito.

Fim da linha

Danilo Chaves Nakamura

Para entendermos a atual crise em que o Brasil está inserido, precisamos de um esforço intelectual muito mais amplo do que o varejo das análises da política parlamentar ou da conjuntura social e econômica. Sem esse esforço, ficamos apenas no nível de boas opiniões sobre as negociatas parlamentares, que desde o início da democracia brasileira têm o PMDB como o fiel da balança para garantir a chamada governabilidade. Ou então, de análises econômicas que mudam a cada semana de acordo com o sobe e desce das bolsas de valores ou de relatórios das agências de classificação de risco.

O silêncio ensurdecedor da ‘esquerda’ não-petista

Ou se entende o que é o PT ou não se entende nada do que está se passando. A construção de uma organização de massa é algo bem diferente do que seguir uma receita de bolo. Não se trata de colocar uma pitada a mais de leninismo ou tirar algumas gotas de luxemburguismo e ir provando o bolo até que fique bom. Trata-se do processo de luta de classes, e o que a classe operária brasileira, o povo oprimido brasileiro, conseguiu erguer é o PT. E, cá entre nós, não é pouca coisa. É o que as condições objetivas e subjetivas, a maturidade das discussões doutrinárias e programáticas e, principalmente, a realidade da luta de classes permitiram. Deu para fazer isso, não deu para fazer outra coisa.

O pensamento prático da liberdade

Uma amiga e colega do grupo Interludium costuma dizer que somos – refiro-me à “ala jovem” do grupo Interludium – “filhotes do Vito”. Talvez por esse motivo seja para mim tão difícil escrever uma resenha sobre o livro do Vito Letizia:1Primeiro volume de “Diálogos com Vito Letizia”, Contradições que movem a história do Brasil e do continente americano foi lançado em 28 de outubro de 2014. falta-me talvez um distanciamento crítico não apenas em razão dos nove anos de amizade com ele, mas fundamentalmente porque fui educado pelo Vito Letizia a pensar a política. Assim como a educação que recebemos de nossos pais tem o objetivo de que seus filhos possam viver uma vida universal ao prepará-los para a vida em sociedade, foi com o Vito Letizia que recebi a educação para pensar essa vida universal em seu âmbito político. Por isso, resenhar esse livro tem para mim também o difícil significado de distanciamento autocrítico.

Mais debates sobre livro de Vito Letizia

Cemap-Interludium promoveu debates na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade Católica do Salvador (UCSAL) este mês para lançar o livro Contradições que movem a história do Brasil e do continente americano, de Vito Letizia. Primeiro da série “Diálogos com Vito Letizia”, organizado a partir de quase cem horas de entrevistas do grupo com o professor, o livro analisa a história do Brasil e de outros países do continente à luz dos movimentos populares e a contrapõe ao discurso oficial.

Diálogos com Vito Letizia 1

Debate marca publicação de ‘Contradições que movem a história do Brasil e do continente americano’

Contradições que movem a história do Brasil e do continente americano foi lançado em 28 de outubro, com um debate na Associação dos Professores da PUC-SP (Apropuc). É o primeiro livro da série “Diálogos com Vito Letizia”, organizado por Cemap-Interludium a partir de quase cem horas de entrevistas. Nelas, Vito preferiu partir da gênese da Revolução Francesa de 1789 para explicar todo o processo histórico subsequente, até chegar ao Brasil atual.

Ao editar a série, Cemap-Interludium optou por “iniciar pelo fim”, atendendo ao imperativo da necessidade: os tópicos abordados são da mais absoluta urgência para a esquerda brasileira. Referem-se ao caminho aberto pela empreitada colonial que resultou, cinco séculos depois, na formação do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e na condução de Luiz Inácio Lula da Silva ao posto de presidente da República.