O grupo Interludium convida leitores e colaboradores para participarem da fundação oficial da entidade Cemap-Interludium, no dia 31 de agosto. A assembleia, na qual discutiremos e votaremos seu estatuto social e elegeremos os membros da diretoria e do conselho fiscal, será realizada no auditório da Fundação Editora da Unesp, às 16 horas.
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O livro A Grande Crise Rastejante, de Vito Letizia, foi lançado em Porto Alegre em 12 de dezembro, com uma palestra promovida por Interludium – reflexões anticapitalistas. O jornalista e professor da PUC-SP José Arbex Jr., integrante do grupo e editor da revista Caros Amigos, esteve na sede do SindiCaixa para falar sobre o livro, publicado pela Editora Caros Amigos, e sobre os planos do grupo Interludium com relação à obra de Vito Letizia.
Com debates na Associação dos Professores da PUC (Apropuc) e na Universidade de São Paulo, a Editora Caros Amigos lançou A Grande Crise Rastejante, primeiro livro de Vito Letizia, em parceria com o coletivo Interludium – reflexões anticapitalistas. A edição reúne artigos que Vito escreveu ao longo dos últimos anos sobre várias questões políticas relevantes, que passam pela crise financeira mundial, a destruição da Amazônia e as origens do que é a China hoje.
O trecho escolhido pelos editores para a contracapa ilustra bem a lucidez de Vito: “Atualmente vive-se um surto de religiosidade capitalista, dividida em duas grandes correntes. A mais importante entoa salmos a um estranho livre mercado regulado, onde há empresas privadas de serviços públicos e instituições financeiras que exercem poderes de Estado impondo taxas e encargos arbitrários e onde há lucros pré-determinados por agências reguladoras tidas como portadoras de uma justiça sobrenatural. A outra corrente, bem menor, prostra-se ante um intervencionismo estatal mais ou menos miraculoso, tido como capaz de desenvolver a economia indefinidamente, além dos limites de qualquer modo de produção imaginável. Aparentemente, as duas religiões vivem em estado de hostilidade, porém, no fundo, se complementam.”
Vito Letizia (19/12/1937-8/7/2012) procurou incessantemente, ao longo da sua vida, a compreensão das contradições que movem a história da humanidade com o intuito de contribuir com o movimento anticapitalista e assim poder pensar em uma sociedade justa e solidária. Sempre foi um grande observador e um excelente ouvinte, que não queria ditar regras, mas sim aprender a se movimentar com os anseios e necessidades dos trabalhadores.
Vito iniciou a sua militância no PCB em 1961, depois militou no Partido Operário Revolucionário (J.Posadas), a partir de 1968 na Fração Bolchevique Trotskista do POR, e em 1976 participou da fundação da Organização Socialista Internacionalista (OSI). Abandonou a militância organizada posteriormente, só retomando recentemente e por um curto período a atividade militante no PSOL.
Emmanuel Nakamura
Conheci Vito Letizia no segundo semestre letivo de 2001 de minha graduação em Economia na PUC-SP, mas não numa sala de aula e sim voltando para casa. Vito e eu pegávamos o mesmo ônibus e numa das viagens conversava com minha irmã sobre a última aula, quando um senhor corrigiu alguma coisa que falava sobre o economista Alfred Marshall. Foi apenas a primeira de uma série…
Meu segundo contato com o Vito foi nesse mesmo ônibus. Gabriel havia me proposto formar um grupo de estudos sobre o pensamento de Marx e sabia que o Vito era um grande conhecedor. Fizemos então durante a viagem a proposta, imediatamente aceita pelo Vito.
Temos a tristeza de informar que Vito Letizia morreu esta madrugada, em Porto Alegre. Companheiro, militante de toda a vida, professor e mentor, fundador do grupo Interludium, Vito tinha 74 anos e lutava havia mais de dois anos contra um câncer no pâncreas. Não temos palavras para expressar nossa perda.
Crise do capitalismo: a participação de Vito Letizia no Seminário das Quartas de 26 de outubro de 2011, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP).
Apresentador – Vito Letizia é professor aposentado da PUC de São Paulo e está aqui em São Paulo por conta do lançamento do site Cemap-interludium.org.br, onde a gente reuniu os textos do Vito e do nosso grupo de estudos, que tem mais ou menos a idade deste seminário – dez anos. A gente estudou Marx, a história do movimento operário, e ontem lançamos um site reunindo esse material. Então, vou passar a palavra pro Vito.
Vito Letizia – Bom, eu estou com um problema visual que torna demorado pra mim encontrar as letras de um texto, eu me perco de lugar num texto com muita facilidade. Mas tô distinguindo o plenário, acho muito simpático, reconheci uma boa parte dele. Então, me propus falar sobre algumas coisas sobre as quais eu tenho escrito, alguns artigos a pedido do Departamento de Economia da PUC, que foram publicados na revista da PUC. Pretendo fazer uma fala curta, levantando principalmente as coisas que os economistas não falam. Então a primeira coisa que os economistas não falam é que a crise, aquilo que chamam agora de uma nova crise, que se concentra na inadimplência de alguns Estados na zona do euro, na realidade é uma continuidade da crise começada em 2007.