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Governança mundial e pobreza

Esta tese procura descrever uma convergência política que teve lugar na década de 1990 entre o Banco Mundial e as Nações Unidas em torno de uma nova estratégia de desenvolvimento. Dois processos em curso nesse momento foram centrais. De um lado, revisões internas críticas às reformas neoliberais repercutiram em modulações na agenda de desenvolvimento do Banco Mundial em direção à nova agenda da boa governança. De outro, no âmbito das Nações Unidas, o desenvolvimento era redefinido como um processo de expansão de oportunidades no lugar do acúmulo de riqueza.

Ambos os processos convergem numa nova estratégia que passava a enfatizar o desenvolvimento das pessoas e não mais das nações, formulada na separação entre a produção da riqueza e a pobreza. A pobreza deve ser reduzida, controlada em níveis aceitáveis e mobilizada para dar sequência às reformas de liberalização econômica. O que está em jogo nessa convergência é a construção de novas referências normativas que apontam para possíveis indiferenciações entre as práticas da esquerda e da direita no espectro político internacional.

Demonstra-se com essa pesquisa que o sentido dessas novas referências foi tornar plausível, internamente em cada sociedade, a gestão dos níveis de pobreza como estratégia para o avanço do neoliberalismo. A esfera das finanças não é objeto da formulação das políticas; ela é, ao contrário, blindada ao passo que instrumentos de gestão da pobreza são construídos para a estabilização de eventuais conflitos sociais.

Leia o texto completo da tese de doutorado de Tatiana de Amorim Maranhão Gomes da Silva, apresentada em setembro de 2009 ao Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP):

Governança mundial e pobreza: do Consenso de Washington ao consenso das oportunidades


Publicado em:teoria

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