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O pensamento crítico na América Latina relacionado às lutas de libertação nacional

O presente artigo busca resgatar o conteúdo anticapitalista do pensamento crítico marxista na América Latina criado historicamente a partir dos processos de luta e resistência da classe trabalhadora no continente a partir do entendimento de que o desenvolvimento das contradições que movem o processo histórico da América Latina se deu de maneira diferente do processo histórico do continente europeu. O desenvolvimento das contradições na América coloca para o pensamento crítico próprio do continente o tema da libertação nacional, fundamental para a maior parte dos povos, que não era uma proposição original de Marx.

O make up do trabalho

Esta dissertação analisa o trabalho das revendedoras de cosméticos de uma empresa brasileira, e discute a ausência de formas-trabalho dessa ocupação. A Natura é uma das mais reconhecidas e bem-sucedidas empresas brasileiras de cosméticos e produtos de higiene pessoal. A marca tem uma notável visibilidade social; já o mesmo não acontece com as mulheres que realizam no Brasil a distribuição dos produtos em sua totalidade. Denominadas “consultoras”, as vendedoras (a grande maioria é feminina) desempenham uma atividade que para elas se realiza desprovida de regulações públicas e, mais do que isso, que pode nem mesmo ter a forma-trabalho reconhecida.

O inimigo ainda é o mesmo

“Entenda-se que as loucuras da cidade fazem parte da razão de Estado.”

Jules Ferry. “Comptes Fantastiques d’ Haussmann”, 1868

Rio de Janeiro, domingo, dia 21 de novembro de 2010, seis homens, ocupando dois veículos e armados com fuzis, rendem motoristas e incendeiam dois carros na Linha Vermelha, no acesso a Duque de Caxias, sentido rodovia Presidente Dutra. Na segunda-feira, criminosos disparam contra outra cabine da PM na avenida Dom Hélder Câmara, em Del Castilho (zona norte). Na terça-feira, um “bonde” interdita a avenida Martin Luther King Jr. e promove arrastão. Ao longo da tarde a polícia promove operações simultâneas em 18 favelas do Rio. No total, dois mortos, oito presos e dois menores detidos. Além disso, foram apreendidos um fuzil; duas pistolas; uma espingarda; um revólver; 50 kg de maconha; 2.287 sacolés de cocaína; um veículo recuperado; 80 motos; quatro litros de gasolina e uma garrafa de coquetel molotov. No mesmo dia, José Mariano Beltrame, secretário estadual de Segurança Pública, pede a transferência de presos que estão no comando de facções criminosas para presídios federais. Ele afirma que os ataques poderiam estar sendo orquestrados de presídios no Rio e de penitenciárias federais em outros Estados.

Do objeto útil ao valor

“A riqueza das sociedades em que domina o modo de produção capitalista aparece como uma imensa coleção de mercadorias.”

Karl Marx, “O Capital”, primeiro parágrafo do primeiro capítulo.

1. A Origem das Mercadorias

1.1. Coisas e Mercadorias

Riqueza, em termos gerais, é o conjunto das coisas capazes de satisfazer necessidades. Muito mais do que nos modos de produção precedentes, em que as trocas estavam menos desenvolvidas, a riqueza no modo de produção capitalista é constituída por mercadorias. Pois tudo que é apreciado na sociedade capitalista é comerciável e nela quem nada tem para vender e nada pode comprar não tem acesso à riqueza.

O trabalho dos motoristas de caminhão

Apesar dos diversos estudos realizados com motoristas de caminhão, poucas pesquisas analisaram o trabalho desses profissionais baseando-se na descrição da atividade feita por eles mesmos. O conhecimento dos próprios motoristas sobre sua atividade, assim como dos acidentes, pode contribuir para a elaboração de medidas para a redução de acidentes, bem como ações que visem à promoção de saúde destes trabalhadores. O objetivo da presente tese foi conhecer e analisar a atividade, os aspectos da organização do trabalho e acidentes de motoristas de caminhão com diferentes vínculos empregatícios, partindo do relato dos próprios trabalhadores.

Jornadas do outono francês

“Se a emancipação das classes operárias requer o seu concurso fraterno, como é que irão cumprir essa grande missão com uma política externa que persegue objetivos criminosos, joga com preconceitos nacionais e dissipa em guerras piratas o sangue e o tesouro do povo?”

Karl Marx, julho de 1870

No fim de 2010, massivas mobilizações populares contra a reforma da previdência social de Nicolas Sarkozy ocorreram em diversas cidades da França. A partir delas, e de acontecimentos similares em outros países da Europa, o historiador Danilo Nakamura vê a retomada da luta de classes e analisa a situação da classe trabalhadora nesta época de crise econômica e dominação do capital financeiro.

Vito Letizia propõe uma volta a Marx

“A esquerda deve lutar para que o povo brasileiro tenha acesso a tudo o que lhe foi historicamente negado. Mas, absolutamente tudo lhe foi negado: a terra, o próprio país”, afirma com surpreendente energia e entusiasmo o economista Vito Letizia. Aos 73 anos, o velho guerreiro trava uma batalha duríssima com o câncer, cujos sintomas simplesmente desaparecem quando ele se deixa levar pelo entusiasmo da discussão. Leitor profundo e rigoroso de Karl Marx, Letizia é um crítico implacável dos métodos e concepções sobre classes sociais, partidos revolucionários e direções adotados pela assim chamada esquerda marxista – leninista – trotskista, solo em que germinou, floresceu e ganhou maturidade a sua própria história como militante revolucionário. A demolição do conceito de “vanguarda” é peça central de sua crítica.