Cedem e Cemap-Interludium promoveram no dia 29 de setembro o debate “Revolução Russa – um balanço necessário”. A Revolução Russa foi um dos acontecimentos mais marcantes do século 20. Para o economista Vito Letizia (1938-2012) “seria um grave erro condenar a Revolução de Outubro juntamente com o sistema que pretendeu representar a continuidade. Mais grave ainda, porém, é insistir em apresentar o ‘socialismo real’ como uma alternativa válida para o capitalismo”.
Considerando esse balanço absolutamente necessário para todos que se colocam numa posição anticapitalista, Vito insiste: “Tal orientação carrega consigo a responsabilidade de clarificar o processo que levou ao surgimento desse sistema a partir da Revolução de 1917. Trata-se de uma responsabilidade que os defensores do marxismo não podem evitar.”
De acordo com o historiador Eric Hobsbawm (1917-2012), a Revolução Russa produziu o “mais formidável movimento revolucionário organizado na história moderna”. O historiador avalia que sua expansão não tem paralelo, pois 40 anos depois da chegada de Lenin à Estação Finlândia, em Petrogrado, “um terço da humanidade se achava vivendo sob regimes derivados dos ‘Dez dias que abalaram o mundo’ e do modelo organizacional de Lenin, o Partido Comunista”.
O debate se baseou no texto de Vito Letizia “Realidade e opinião sobre a URSS: no apogeu e após a queda”, que pode ser lido aqui no site.
O encontro teve como debatedores:
Isabel Loureiro, professora aposentada do Departamento de Filosofia da Unesp/Marília, que foi presidente do Instituto Rosa Luxemburgo e é autora dos livros Rosa Luxemburgo – dilemas da ação revolucionária e A revolução alemã (1918-1919).
Osvaldo Coggiola, professor titular de História Contemporânea da USP e autor dos livros História e Revolução, História do trotskismo na Argentina e na América Latina e A Revolução Iraniana.
O historiador Danilo Chaves Nakamura, de Cemap-Interludium, foi o expositor do debate, e a historiógrafa do Cedem, Solange Souza fez a mediação.
Veja o vídeo do debate: