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Apagando a história: acervo Marighella ameaçado

Como já virou rotina no governo Bolsonaro, o presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, usou as redes sociais para anunciar mais uma das decisões absurdas que marcam sua gestão. Ele escreveu no Twitter que o acervo de Carlos Marighella é “imprestável” e será “excluído” da fundação.

Camargo chamou Marighella de “terrorista comunista” e afirmou que seus textos deviam ser banidos. “A esquerda precisa parar de empurrar estas tranqueiras comunistas para cima dos pretos. Não queremos, muito menos precisamos, de lixo marxista!”, escreveu. O jornalista e escritor Fernando Morais se dispôs a acolher o acervo.

Em defesa do Instituto Vladimir Herzog

Logotipo do Instituto Vladimir Herzog

Pela primeira vez em dez anos, o Instituto Vladimir Herzog teve seu planejamento anual rejeitado pela Secretaria de Cultura do governo federal. A rejeição, que não foi acompanhada de nenhum parecer ou justificativa legal, nega recursos para os vários projetos da entidade, uma das mais importantes na área de preservação da memória histórica e na defesa dos direitos humanos. Cemap-Interludium já assinou o manifesto de defesa do instituto e de cobrança do governo e chama organizações dos movimentos sociais, instituições e coletivos a fazerem o mesmo.

CPV Vergueiro encerra seus trabalhos

O Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro deixou de existir depois de 47 anos de serviço na preservação da memória da luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. O CPV, em 31 de julho de 2020, após a previsão de seu planejamento interno, daria um destino aos documentos de seu acervo, lançando posteriormente o Projeto Memória CPV, que ainda terá data de confirmação da publicação.

Lançamento do Acervo Vladimir Herzog

Vladimir Herzog na TV Cultura

Para celebrar o lançamento do Acervo Vladimir Herzog na sexta-feira (26 de junho, véspera do 83º aniversário do nascimento de Herzog), foi realizada uma live do Instituto Vladimir Herzog, com a participação de Bianca Santana, Ivo Herzog, Luis Ludmer e Rogério Sottili.

A live foi gravada e pode ser acessada no Youtube, pelo link Acervo Vladimir Herzog – vida e memória em defesa da democracia.

Com fotografias e correspondências, o acervo contabiliza mais de 1.700 itens digitalizados sobre a trajetória profissional e pessoal do jornalista. Produto de dois anos de trabalho, o projeto preenche um vão histórico, disponibilizando à sociedade também a vida e a obra de Vladimir Herzog, para além do trágico episódio de seu assassinato por agentes da ditadura militar, em outubro de 1975.

Entidades discutem preservação documental

1º Encontro Paulista de Patrimônio Histórico-Documental

Nestes tempos em que a história e a memória estão sob ataque direto até do próprio Estado, entidades e profissionais da área de acervos de São Paulo vão se reunir pela primeira vez para discutir linhas de atuação para preservar e divulgar patrimônios documentais. O 1º Encontro Paulista de Patrimônio Histórico-Documental acontece entre os dias 13 e 15 de maio e é aberto a todos os interessados.

Para não esquecer

O acervo do Cemap e as lutas populares

Logotipos do boletim do Cemap

Tornarem-se senhores da memória e do esquecimento é uma das grandes preocupações das classes, dos grupos, dos indivíduos que dominaram e dominam as sociedades históricas. Os esquecimentos e os silêncios da história são reveladores desses mecanismos de manipulação da memória coletiva
(Jacques Le Goff, História e Memória)

Todo mundo já ouviu falar de amnésia, aquele distúrbio que envolve a perda parcial e total da memória. E perder a memória é uma possibilidade terrível, considerando que a nossa personalidade é fundada em nossas lembranças, naquilo que nos ocorreu da primeira infância até hoje. Ou, como diz a linguagem popular, “desde que me conheço por gente”. Perder a memória é quase sinônimo de perder a identidade; de não ser mais sujeito, e sim objeto.

Se essa possibilidade já é assustadora para um indivíduo, imagine-se para um país, um povo, uma sociedade.

Cedem atualiza guia de acervo

O Centro de Documentação e Memória (Cedem) da Unesp lançou a segunda edição de seu Guia do Acervo, que incorpora fundos e coleções recebidos depois de 2008, quando foi publicada a primeira edição. O Guia é uma publicação de referência para os pesquisadores interessados em conhecer e utilizar o material do centro.

Com 166 páginas, ele traz informações sobre os documentos do Projeto Memória da Universidade, constituído para preservar a história da Unesp, e sobre o material proveniente de movimentos sociais e da esquerda nacional e internacional que integram o acervo, entre eles o Cemap. A publicação pode ser baixada em formato PDF no site do Cedem, ou clicando aqui.