As raízes do mal-estar brasileiro reveladas nas “Jornadas de Junho”
Danilo Chaves Nakamura*
“Quero dizer que no caso do metrô e trem, nós vamos revogar o reajuste dado. É um sacrifício grande”, declarou Geraldo Alckmin. “Conforme o governador disse, não há como fazê-lo sem dispensas no investimento”, completou Fernando Haddad. Foram essas as palavras utilizadas pelo governador e pelo prefeito de São Paulo no dia 19 de junho de 2013, data em que eles revogaram os aumentos das tarifas dos transportes públicos. O motivo do recuo dos dirigentes? Os seis grandes atos com milhares de pessoas nas ruas, que colocaram a cidade de “ponta-cabeça”. Embora visivelmente atônitos com a onda de passeatas, bloqueios de avenidas e ações diretas contra propriedades privadas e patrimônios públicos, Alckmin e Haddad recuaram, contudo, sem abandonar os argumentos técnicos para explicar os custos das tarifas e a destinação de recursos para os investimentos públicos.