O debate sobre a maioridade penal marcado para hoje, às 19 horas, no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, ganha absoluta relevância, pois se inscreve no contexto da chacina ocorrida nesta madrugada na região de Osasco, demonstrando de maneira cabal a polícia/política genocida contra a juventude negra e pobre da periferia dos grandes centros urbanos.
Além da falta de oportunidades e perspectivas, os jovens e suas famílias estão à mercê das armas da polícia e dos grupos de extermínio, duas faces da mesma moeda.
O Estado tem demonstrado fartamente que, quando há interesse político, investigações e provas aparecem. Assistimos a isto todos os dias nos casos das operações contra a corrupção. Pois bem, que se apure e se faça justiça com todos os corruptos e corruptores.
Mas aqui estamos falando de vidas, vidas de jovens precoce e brutalmente arrancados de suas famílias. Não podemos mais permitir que o Estado brasileiro, através de suas instituições militares ou paramilitares, continue patrocinando e executando chacinas com o escárnio com que vem fazendo, a pretexto da violência praticada por jovens, quando a sua função seria a de protegê-los. Esta é a verdadeira causa da violência racista e genocida de nossa sociedade!
É imperioso e urgente, portanto, que exijamos de uma vez por todas a apuração e a punição exemplar dos responsáveis pelos assassinatos desta madrugada, além da reparação plena, também exemplar, a todas as famílias das vítimas.
- Denunciar a chacina imediatamente a todas os organismos nacionais e internacionais comprometidos com a defesa dos direitos humanos!
- Que apareçam e sejam exemplarmente julgados e devidamente responsabilizados os assassinos da chacina de hoje em Osasco!
- Que haja reparação plena (psicológica, física, moral e material) aos familiares das vítimas de todos os crimes cometidos pela polícia e grupos de extermínio no chamado período democrático!
- Contra a redução da maioridade penal!
- Contra a ampliação do tempo de internação!
- Nenhum assassinato mais sem que haja o devido julgamento, responsabilização e reparação plena às famílias das vítimas!
- Basta de terrorismo estatal, de sangue e de dor!
Cemap-Interludium, 14/08/2015.