Em 1968, duas greves de metalúrgicos puseram pela primeira vez em xeque a mordaça imposta pela ditadura militar. Mesmo reprimidas, as greves de Contagem e Osasco foram um marco na história do movimento operário brasileiro, ao introduzir um modelo de organização dos sindicatos pela base e defender a autonomia sindical frente ao Estado. A decretação do AI-5 provocou um longo intervalo de submissão dos sindicatos, mas não apagou suas lições; dez anos depois, elas foram a base da oposição sindical que emergiu em todo o país.
Nesta exposição, As greves de 68 vistas pela mídia clandestina, apresentamos uma pequena amostra de como as duas greves e suas consequências foram documentadas nos jornais e boletins clandestinos de sindicatos, movimentos estudantis e partidos. As edições que usamos fazem parte da hemeroteca do Centro de Documentação do Movimento Operário Mário Pedrosa (Cemap), que reúne mais de 3 mil títulos, principalmente de jornais clandestinos.Esse material está disponível para consulta no Centro de Documentação e Memória (Cedem) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que abriga o acervo do Cemap.
O projeto e a pesquisa são de Marilia Bouchara. Clique aqui para ver nossas páginas.