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Contra a violência de Estado, ontem e hoje

Cartaz da II Caminhada do Silêncio, 2022.

O Movimento Vozes do Silêncio e entidades de defesa dos direitos humanos chamam todas e todos a participarem da II Caminhada do Silêncio, neste 31 de março, no parque do Ibirapuera, em São Paulo. O ato marca a data do golpe militar que instaurou a ditadura no Brasil em 1964 e, como o primeiro, em 2019, lembra seus mortos e desaparecidos políticos.

Mas este ano sua pauta se abriu para protestar contra a violência de Estado hoje, desde os assassinatos de jovens negros e membros da comunidade LGTBI+ por policiais ao extermínio da população em situação de rua, o genocídio dos povos indígenas e a política de morte do governo que resultou em tantas mortes pela covid-19.

Libelu – Abaixo a ditadura estreia na TV aberta

Pixação Abaixo a ditadura

O documentário Libelu – Abaixo a ditadura, do diretor Diógenes Muniz, será exibido pela TV Cultura às 23 horas desta quinta-feira, 31 de março, para marcar a data do golpe de 1964. O filme, vencedor do 25º festival “É Tudo Verdade” em 2020, resgata a trajetória da tendência estudantil Liberdade e Luta, que surgiu em 1976 e ganhou notoriedade nos anos 1970 e 1980 ao levantar a bandeira “Abaixo a Ditadura”.

Cedem com novo Conselho Consultivo

O Conselho Consultivo do Centro de Documentação e Memória (Cedem) da Unesp está de cara nova. A partir de agora, ele passa a ser integrado por representantes das áreas da universidade que têm relação direta com a questão dos acervos. E, pela primeira vez, as entidades responsáveis pelos fundos documentais e arquivos que estão sob custódia do Cedem serão representados: nesta gestão, pela diretora-geral de Cemap-Interludium, Lúcia Pinheiro. A mudança, que já era discutida há algum tempo, amplia o caráter participativo do Conselho Consultivo e sem dúvida dará mais dinamismo a seu trabalho de colaborar na definição dos rumos e linhas de ação do Cedem.

Não à tecnologia para o apartheid!

Campanha No Tech For Apartheid

A partir de uma carta de protesto de funcionários do Google e da Amazon, mais de 40 organizações de defesa da causa palestina e dos direitos humanos lançaram a campanha No Tech For Apartheid, para que as duas empresas voltem atrás em um contrato para fornecer tecnologia em nuvem ao governo de Israel e às suas forças armadas.

Na carta aberta, os funcionários argumentam que o chamado projeto Nimbus permitirá a ampliação da vigilância sobre os palestinos e facilitará a expansão dos assentamentos israelenses ilegais na Faixa de Gaza, o que faz da Amazon e do Google cúmplices das violações dos direitos humanos dos palestinos pelo governo israelense.

Cemap-Interludium se junta à campanha e chama todas e todos a fazerem o mesmo, incluindo seu nome no abaixo-assinado que está no site No Tech For Apartheid e divulgando a campanha em suas mídias sociais – no site é possível baixar imagens e gráficos.

Cedem reabre para pesquisa presencial

Estantes do Cedem da Unesp

Desde o dia 27, pesquisadores que queiram consultar em pessoa os acervos do Centro de Documentação e Memória (Cedem) da Unesp, já podem agendar visitas às suas instalações. A retomada da pesquisa presencial será realizada de forma gradual e seguirá todos os protocolos sanitários e orientações do Comitê Covid-19 da Unesp, para garantir a segurança de usuários e funcionários.

Neste primeiro momento, o atendimento presencial ocorrerá apenas uma vez por semana, das 13 horas às 16 horas, por agendamento. O interessado precisa solicitar o agendamento pelo e-mail pesquisa@cedem.unesp.br e aguardar o retorno do funcionário para outras orientações.

‘Do partido único ao stalinismo’

Nota de leitura sobre o livro recém-lançado de Angela Mendes de Almeida.

Isabel Loureiro

Cada crise engendra não só um novo futuro, mas um novo passado.
“O fundo do ar é vermelho”, Chris Marker

Neste pesadelo em que a roda da história girou algumas décadas para trás, assistimos ao retorno do fascismo e ao revival midiático de seu irmão siamês, o stalinismo. Nas redes sociais pulula a defesa da Rússia, da Coreia do Norte, da China como países supostamente socialistas. E o mesmo acontece com a antiga URSS: os gulags e a violência contra os adversários políticos são justificados – vistos como mal menor na construção da “pátria socialista” contra o imperialismo norte-americano –, prova provada de que a ideia de aperfeiçoamento contínuo da humanidade não passa de ilusão.

É bem verdade que o desejo de retorno a uma mítica idade de ouro comunista que nunca existiu, por parte de uma parcela da juventude de esquerda que se autodenomina revolucionária, decorre do desespero ante a barbárie capitalista, acentuada com a pandemia de covid-19, e também do desencanto com a tibieza da esquerda reformista e de suas políticas de gestão do capitalismo. Ao mesmo tempo existem tentativas sérias de jovens militantes de organizações marxistas-leninistas de atualizar a política de Lenin, fazendo uma releitura das ideias de vanguarda revolucionária e de centralismo democrático, que, como sabemos, sempre foi mais centralista que democrático. Este livro, ao mostrar os impasses a que levou o autoritarismo comunista, é imprescindível para todos eles.

Em defesa da Cinemateca

Ato pela cinemateca

Centenas de pessoas se reuniram este sábado em frente ao prédio principal da Cinemateca Brasileira em São Paulo para protestar contra o descaso do governo e cobrar ações imediatas de proteção e manutenção do mais importante acervo da história audiovisual do Brasil.

O incêndio que no dia 29 destruiu parte do galpão da Cinemateca na Vila Leopoldina, e com ele materiais preciosos como a biblioteca de Glauber Rocha e boa parte dos acervos da Embrafilme e de Paulo Emílio Salles Gomes, foi o que motivou a manifestação e é o golpe mais recente em uma série de desastres e omissões dos últimos governos com relação à Cinemateca e à área da cultura em geral.