Cemap-Interludium e o Centro de Documentação e Memória (Cedem) da Unesp promovem no dia 20 de agosto uma conversa online sobre o legado de Mário Pedrosa (1900-1981), como parte das atividades previstas no projeto “Mário Pedrosa 120 anos”, que Cemap-Interludium desenvolve e é patrocinado pelo PROAC-SP. O debate “120 anos de Mário Pedrosa: um militante entre a arte e a política” começará às 16 horas e terá transmissão ao vivo pela página do Cedem no Facebook.
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João Antônio era estudante de Letras na FFLCH-USP em 1967. Sua vivência política se deu logo no início da universidade. Ele participou dos movimentos estudantis, foi diretor do centro acadêmico da Filosofia e militou na ALN (Aliança Nacional Libertadora).
Em outubro de 1967, João Antônio foi detido pelo DOPS da capital paulista e indiciado por “terrorismo” por suas falas e organizações no Centro Acadêmico da Faculdade de Filosofia. Entretanto, no mesmo mês foi solto graças a um habeas corpus, direito que só fora concedido pois sua prisão ocorreu um ano antes da implementação do AI-5 (Ato Institucional nº5).
Heleny Ferreira foi estudante de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), e especializou-se em cultura grega e dramaturgia. Em 1962, ela se casou com Ulisses Teles, com o qual teve dois filhos, Francisco e João Vicente. Em 1965 recebeu uma bolsa de estudos do Consulado da França e morou na Europa com o marido e seus filhos até 1967.
O projeto “Mário Pedrosa 120 anos”, que visa modernizar a preservação e a difusão digital do acervo do Centro de Documentação do Movimento Operário Mário Pedrosa (Cemap), prossegue firme, apesar das dificuldades provocadas pela pandemia. Cemap-Interludium vai lançar um website, minidocs e exposições iconográficas sobre o legado e a atualidade do crítico de arte e militante Mário Pedrosa.
O documentário Libelu – Abaixo a ditadura, dirigido pelo cineasta e jornalista Diógenes Muniz, foi selecionado para participar do “É Tudo Verdade 2020”, o maior festival de documentários da América Latina. No filme, Muniz resgata um pouco da trajetória da tendência do movimento estudantil Liberdade e Luta. A fase presencial do festival fora adiada para setembro por causa da pandemia da covid-19.
Conhecida como Libelu, a tendência surgiu na segunda metade da década de 1970, em plena ditadura. Com forte influência trotskista, foi responsável por tirar das portas de banheiros e levar para as ruas a palavra de ordem “abaixo a ditadura”. Presente principalmente na USP, teve papel importante na reconstrução das entidades estudantis e na organização das grandes passeatas de 1977.
Luiz Eduardo Merlino (1948-1971) foi jornalista (trabalhou nos jornais Folha da Tarde e Jornal da Tarde), líder estudantil e militante do POC (Partido Operário Comunista). Foi brutalmente torturado e assassinado por agentes da ditadura militar brasileira. Há versões diferentes para seu desaparecimento, algumas contadas por seus amigos e companheiros, outras por relatos médicos e meios oficiais.
A luta de uma mãe em busca de seu filho
Zuzu Angel foi uma das mais importantes estilistas e figurinistas da história da moda no Brasil. Após o desaparecimento de seu filho, Stuart, Zuzu realizou em 1971 um desfile-protesto no consulado brasileiro em Nova York. Suas criações estilísticas incorporaram elementos que denunciavam as arbitrariedades do governo militar.
Stuart Edgar Angel Jones era filho do estadunidense Norman Jones e de Zuleika Angel Jones, mais conhecida, no Brasil e no mundo, como Zuzu, estilista e figurinista. Stuart era estudante de Economia na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e bicampeão carioca em remo pelo Clube de Regatas Flamengo.
No fim do anos 1960 e início dos anos 1970, momento de endurecimento da ditadura, especialmente após a decretação do AI-5 (Ato Institucional nº5), Stuart passou a militar no MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro), contra a repressão e pelo fim do regime militar instaurado em 1964.