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Diálogos com Vito Letizia 2

‘As Origens das Aspirações Modernas de Liberdade e Igualdade’ chega às livrarias

Cemap-Interludium lançou o segundo livro da série “Diálogos com Vito Letizia”, que reúne as discussões sobre a Revolução Francesa e a social-democracia europeia.

Em As Origens das Aspirações Modernas de Liberdade e Igualdade, Vito aponta que os teóricos marxistas formados no contexto da Revolução Russa negligenciaram a conexão entre a Revolução Francesa e a formação das reivindicações da classe trabalhadora durante o período de surgimento da social-democracia europeia, na segunda metade do século 19, ao ponto de que hoje esses dois momentos parecem estar completamente dissociados.

Revolução Russa – um balanço necessário

Um dos episódios mais marcantes do século 20, a Revolução Russa foi tema de um debate promovido por Cedem e Cemap-Interludium no último dia 29.

Para o economista Vito Letizia “seria um grave erro condenar a Revolução de Outubro juntamente com o sistema que pretendeu representar a sua continuidade. Mais grave ainda, porém, é insistir em apresentar o ‘socialismo real’ como uma alternativa válida para o capitalismo”.

Considerando esse balanço absolutamente necessário para todos que se colocam numa posição anticapitalista, Vito insiste: “Tal orientação carrega consigo a responsabilidade de clarificar o processo que levou ao surgimento desse sistema a partir da Revolução de 1917. Trata-se de uma responsabilidade que os defensores do marxismo não podem evitar.”

Manifesto em defesa dos direitos sociais


Contra oportunismos e em defesa do direito social – II

Jorge Souto Maior

Em 29 de janeiro de 2009, no olho do furacão da crise de 2008, publicamos o Manifesto “Contra Oportunismos e em Defesa do Direito Social”,1“Manifestantes assinam carta contra flexibilização” – site do Conjur. para rechaçar a ideia de que a crise econômica justificava a redução de direitos trabalhistas.

Os argumentos expostos naquele documento são inteiramente aplicáveis ao presente momento, em que, mais uma vez na história brasileira, o setor econômico, sobretudo o ligado ao capital estrangeiro, que tem acumulado lucros exorbitantes ao longo dos tempos, por meio, inclusive, de incentivos fiscais e financiamentos subsidiados do BNDES, tenta impor aos trabalhadores a conta da crise econômica.

Ato público em defesa dos refugiados

Refugiados sírios em Budapeste

Em defesa dos refugiados da África e do Oriente Médio na Europa – Basta de mortes – Que o Brasil acolha refugiados, garantindo suas condições de transporte – Contra toda discriminação aos imigrantes haitianos e bolivianos – Basta de assassinatos no Brasil.

Cemap-Interludium se une à convocação do ato público em defesa dos refugiados da África e do Oriente Médio na Europa e contra a discriminação aos imigrantes haitianos e bolivianos no Brasil, que está marcado para 25 de setembro, às 18 horas, no anfiteatro Nicolau Sevcenko do Departamento de História da USP, na Cidade Universitária. O ato, coordenado pelo professor da USP Osvaldo Coggiola, também vai cobrar o fim da violência aos imigrantes no Brasil e o acolhimento de refugiados.

Os dias que vêm


Emmanuel Nakamura

“Na França, toda classe popular é idealista política e se sente em primeiro lugar não como classe particular, mas sim como representante das carências sociais em geral. Portanto, o papel emancipador passa, de acordo com uma série, em movimento dramático, pelas distintas classes do povo francês até atingir, finalmente, a classe que já não realiza a liberdade social sob a pressuposição de certas condições que se situam fora do homem e que, não obstante, são condições criadas pela sociedade humana, mas que antes organiza todas as condições da existência humana sob a pressuposição da liberdade social.”1MARX, K. Zur Kritik der Hegelschen Rechtsphilosophie. Einleitung. In: Karl Marx: Werke, Artikel, Entwürfe März 1843 bis 1844. MEGA I/2. Berlim: Dietz Verlag, 1982, p. 170-183, p. 181.

Essa ideia marxiana da liberdade social pressupõe todo o desenvolvimento do idealismo alemão sintetizado na filosofia hegeliana. Ela é, por isso, sim uma ideia, e só pode ser entendida como um desdobramento da ideia hegeliana da liberdade. Por isso também, ela pressupõe um longo desenvolvimento histórico que tem seus ápices na Reforma Protestante e na Revolução Francesa. Ao afirmar que Deus mora em nossos corações, a Reforma trouxe ao mundo o princípio da liberdade particular subjetiva: apenas a nossa fé nos liga ao Espírito Absoluto. Com o protestantismo, a separação entre as autoridades divina e estatal passa a ser um pensamento existente dentro da própria religião cristã. O princípio da liberdade protestante significa que todas as esferas da nossa vida precisam ser legitimadas pelo que nós achamos como justo. Já a Revolução Francesa foi uma tentativa de realizar a ideia filosófica da liberdade de Rousseau. Uma ideia filosófica, diante do mundo, é uma ideia abstrata, e sua realização significa negar toda a realidade do mundo existente. Ao negar o mundo antigo, a Revolução Francesa abriu caminho para que a sociedade civil burguesa se desenvolvesse livremente, sem as amarras do regime feudal, e para que as Constituições dos Estados modernos pudessem ser elaboradas a partir do princípio da liberdade subjetiva moderna.

Desagravo e solidariedade às vítimas da chacina de Osasco

O debate sobre a maioridade penal marcado para hoje, às 19 horas, no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, ganha absoluta relevância, pois se inscreve no contexto da chacina ocorrida nesta madrugada na região de Osasco, demonstrando de maneira cabal a polícia/política genocida contra a juventude negra e pobre da periferia dos grandes centros urbanos.

Além da falta de oportunidades e perspectivas, os jovens e suas famílias estão à mercê das armas da polícia e dos grupos de extermínio, duas faces da mesma moeda.

O Estado tem demonstrado fartamente que, quando há interesse político, investigações e provas aparecem. Assistimos a isto todos os dias nos casos das operações contra a corrupção. Pois bem, que se apure e se faça justiça com todos os corruptos e corruptores.

Mas aqui estamos falando de vidas, vidas de jovens precoce e brutalmente arrancados de suas famílias. Não podemos mais permitir que o Estado brasileiro, através de suas instituições militares ou paramilitares, continue patrocinando e executando chacinas com o escárnio com que vem fazendo, a pretexto da violência praticada por jovens, quando a sua função seria a de protegê-los. Esta é a verdadeira causa da violência racista e genocida de nossa sociedade!

Debate sobre a maioridade penal

Reduzir a profunda desigualdade social no país, garantindo às nossas crianças e adolescentes todos os seus direitos, é a única alternativa capaz de contribuir para uma sociedade mais justa, igualitária e menos violenta para crianças, adolescentes e adultos. Enquanto isso não acontecer, soluções mágicas e tentadoras, da psiquiatria à redução da idade penal ou à ampliação do tempo de encarceramento, surgirão sem qualquer efetividade.

Para fazer esse debate com a profundidade que o tema merece, Cemap-Interludium e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo convidaram importantes estudiosos, pesquisadores e militantes diretamente envolvidos com o tema da violência no Brasil e com as ações para esclarecer o verdadeiro significado da redução da maioridade penal.