Hoje, como ontem, os fascistas tentam ocupar os espaços públicos para transformá-los em seu oposto: espaços de opressão, autoritarismo e barbárie. Eles tentaram, em outubro de 1934, ao convocarem uma manifestação na Praça da Sé, para consolidar a formação do partido nazista no Brasil (chamado de integralista), como conta Fúlvio Abramo em entrevista dada ao jornalista José Arbex Jr. em outubro de 1984. Os fascistas foram então derrotados. E hoje serão novamente, pela força da juventude, dos trabalhadores e de todos os setores que se identificam com a democracia, incluindo as vibrantes torcidas que saem às ruas contra o governo Bolsonaro.
Fúlvio Abramo foi um notável jornalista brasileiro e grande militante trotskista de destaque nacional. Se uniu ao movimento de esquerda em 1928, criando um grupo independente do PCB, junto com sua irmã Lélia Abramo e mais oito militantes que se filiaram à Oposição de Esquerda. Integravam este grupo personalidades fortes e ousadas como Mário Pedrosa, Aristides Lobo, Lívio Xavier, João da Costa Pimenta e outros. Fúlvio foi também fundador e dirigente da Liga Comunista Internacionalista, seção brasileira da Oposição de Esquerda Internacional liderada por Leon Trotsky, e anos mais tarde, fundador do Centro de Documentação do Movimento Operário Mário Pedrosa (Cemap).
E claro, não é de hoje que a luta antifascista ocorre. Suas raízes evoluem em grandes momentos de tensões sociopolíticas. Estes movimentos neofascistas contemporâneos e suas conexões com os chamados alt-right “direita alternativa”, que influenciam muito as ramificações sociais do governo Trump, nos Estados Unidos, e do governo Bolsonaro no Brasil.
Este mês, mais uma vez, os fascistas saíram às ruas, contudo, encontraram em peso a oposição de indivíduos plurais que lutam pelos pilares democráticos.
Confira na íntegra a entrevista feita pelo jornalista José Arbex Jr. para o jornal Folha de S. Paulo e reproduzida por Cemap-Interludium sobre Fúlvio Abramo, vida, militância e luta antifascista: